29 tipos de uvas famosas na produção de vinhos
Você já deve ter ouvido por aí nomes como cabernet sauvignon, merlot e pinot noir, certo? Das escuras e intensas às suaves, existe uma grande variedade de tipos de uvas que são utilizadas na produção de vinhos. Neste post, listamos 29 delas. Boa leitura!
1. Albariño
Originária da região da Galícia, no noroeste da Espanha, a uva albariño é amplamente cultivada em Rías Baixas, onde cerca de 90% das vinhas são dedicadas à casta branca. No entanto, também é possível encontrar plantações em Portugal e nos Estados Unidos.
Quanto aos rótulos de albariño, eles costumam apresentar aromas cítricos de limão-siciliano e toranja, além de notas florais, herbáceas e de frutas tropicais como carambola. A depender do exemplar, também é possível identificar pêssego, nectarina e maçã.
Além disso, a albariño é uma das uvas utilizadas na produção do Vinho Verde — um branco fresco, aromático e que, em algumas ocasiões, conta com uma leve presença de gás.
Na hora de harmonizar, combine os vinhos brancos leves da albariño com pratos de baixa picância da culinária tailandesa, marroquina e indiana, ou frutos do mar, como mariscos, vieiras e camarões. Saladas e queijos macios, como burratas, mussarela de búfala e brie, são outras excelentes opções.
2. Arbane
A arbane é uma variedade de uva branca nativa da região francesa de Champagne, sendo um dos poucos lugares do mundo que realiza o cultivo da casta. Ainda que não tenha a fama da chardonnay e da pinot noir, detém papel relevante na produção de champagnes, garantindo aromas delicados e sutis aos exemplares.
Proporciona aos rótulos notas de frutas brancas, como maçã-verde, pera e toques florais, como flor de acácia, além de acidez fresca e equilibrada, e textura elegante.
Na harmonização, é possível apreciar a champagne elaborada com a arbane como aperitivo, mas também acompanhada de alimentos mais leves, como frutos do mar, peixes grelhados ou saladas verdes.
3. Bobal
Um dos tipos de uvas para vinho tinto, autóctone da Espanha e praticamente desconhecida, mas que merece destaque, é a bobal. O nome deriva de bovale, touro em espanhol, e foi empregado pois acredita-se que o formato dos cachos remete à cabeça do animal.
Os resistentes vinhedos da casta — uma das sobreviventes da praga Filoxera — são cultivados na província de Valência, que abrange três Denominações de Origem: Valência D.O., Alicante D.O. e Utiel-Requena D.O. (onde está grande parte das videiras de bobal).
Devido ao processo de produção aplicado nas vinícolas da região, a casta origina vinhos tintos únicos, com elevado teor alcoólico, que apresentam notas de mirtilo, amora, framboesa e cereja preta, além de textura sedosa e taninos persistentes. Além disso, rótulos da bobal podem ir de leve a médio corpo.
Vão bem com carnes vermelhas grelhadas ou assadas, como carne de porco e cordeiro, além de queijos curados.
Por ter uma tonalidade intensa, a bobal é frequentemente utilizada na produção de blends, garantindo mais complexidade e caráter aos cortes.
4. Cabernet franc
A cabernet franc é muito conhecida por ter dado origem à cabernet sauvignon, a uva de vinhos mais cultivada no mundo atualmente. Seu surgimento é apontado entre o sul da França e o nordeste da Espanha. Ao longo da história, desenvolveu-se nas regiões de Bordeaux e Vale do Loire, principalmente.
A casta é bastante versátil e pode ser cultivada em diferentes terroirs. Por esse motivo, também passou a marcar presença em países do Novo Mundo, como Estados Unidos, Argentina, Chile e Brasil.
Em nosso país, inclusive, a casta é bastante expressiva na região da Serra Gaúcha, sendo utilizada tanto em varietais quanto em blends..
Seus vinhos possuem corpo médio, taninos moderados, frescor, aromas frutados e mineralidade.
5. Cabernet sauvignon
De origem francesa, a cabernet sauvignon é o resultado do cruzamento entre as cepas cabernet franc e sauvignon blanc. É a uva para vinhos mais cultivada no mundo e se adapta bem em diferentes terroirs.
Os rótulos cabernet sauvignon são conhecidos por sua intensidade, corpo e taninos firmes. Quando jovens, apresentam coloração rubi e bordas violáceas, enquanto rótulos maduros têm tons acastanhados.
Na hora de harmonizar, são bastante versáteis, podendo acompanhar carnes grelhadas, queijos maturados, como parmesão ou estepe, e massas ao molho vermelho.
6. Carignan
A origem da carignan divide opiniões — alguns defendem que a casta é espanhola, enquanto outros apoiam a tese de que ela se desenvolveu na região do Languedoc, ao sul da França.
O fato é que ela também é conhecida como carignano, cariñena ou mazuelo, sendo amplamente cultivada em solo francês. Mas pode ser encontrada em outros países, como Espanha e Marrocos.
Altamente produtiva, é resistente à seca e cresce bem em condições desérticas. Por isso, era cultivada em excesso e utilizada na produção de vinhos de baixa qualidade. No entanto, o potencial dessa variedade começou a ser explorado por produtores franceses e chilenos, a fim de garantir rótulos de alta qualidade.
De amadurecimento tardio, garante vinhos ricos em cor, com aromas de frutas pretas sobremaduras, além de toques florais e de especiarias. No caso dos rosés, os aromas serão de frutas vermelhas maduras, como cerejas e amoras. Ao passo que os exemplares de clima frio realçam notas de morango, e os de clima quente, ameixa seca.
Com taninos pronunciados e acidez moderada, é utilizada em blends juntamente com outras castas, entre elas grenache, syrah e mourvèdre. Nas festas de fim de ano, uma garrafa de carignan pode harmonizar com peru e abóbora assada com especiarias.
7. Carménère
Originária de Bordeaux, na França, a uva carménère é uma das mais conhecidas na produção de vinhos tintos.
É amplamente cultivada no Chile, onde foi descoberta na década de 1990 em meio às plantações de merlot, e origina vinhos encorpados, com aromas vegetais e de frutas pretas, característicos da casta. Também é plantada na França, porém com menor expressão.
Na hora de harmonizar, os rótulos encorpados da carménère podem acompanhar frutos do mar bem condimentados, carnes brancas e vermelhas, além de massas, risotos e queijos.
8. Chardonnay
Presente na produção de vinhos brancos, a chardonnay também faz bastante sucesso nas prateleiras de vinhos pelo mundo. Pode ter aromas de frutas cítricas e especiarias.
É a uva branca com maior reconhecimento internacional e se adapta bem em diversos terroirs. A cepa origina vinhos aromáticos, que podem ou não ter passagem ou fermentação em barricas de carvalho.
Na harmonização é importante ter consciência de que a chardonnay é uma casta versátil. Os rótulos sem passagem por madeira, são leves e frescos e vão muito bem com a culinária mediterrânea, como frutos do mar, peixes, cuscuz e risotos. Enquanto que os chardonnays barricados, que possuem maior untuosidade em boca, podem ser apreciados com pratos que levam manteiga como risotos, massas ao molho branco, lasanhas e pizzas de queijos.
9. Chenin blanc
A uva francesa chenin blanc, que também é popular na África do Sul e lá é conhecida como steen, surgiu na região de Anjou, no século 9. Não por acaso, também ganhou o nome, à época, de pineau d’anjou ou pineau de la Loire.
Essa uva tão notável, que tem até mesmo uma data, 18 de junho, que ficou conhecida como Dia Internacional da Chenin Blanc, dá origem a rótulos de corpo leve e acidez pronunciada, sendo utilizada na assemblagem de espumantes. No entanto, também é possível encontrar vinhos secos, licorosos e de sobremesas feitos a partir da casta.
Os aromas mais comuns oriundos da chenin blanc são de frutas tropicais, como maracujá e abacaxi, frutas cítricas, além de notas de tangerina, pêssego, damasco, maçã-verde e toques florais e de ervas secas.
10. Garnacha
A garnacha, também denominada grenache, é abundantemente cultivada em regiões do norte e nordeste da Espanha, como Rioja, Navarra, Campo de Borja e Catalunha, e na França, em Rhône e Languedoc-Roussillon. Ganhou o Novo Mundo no século 19, sendo notável nos Estados Unidos e na Austrália.
De cachos grandes e coloração rubi de baixa intensidade, tem raízes longas e profundas, o que a torna uma variedade resistente. Dá origem a rótulos de cor violeta-brilhante, corpo médio, translúcidos, aromas de frutas vermelhas e negras, ervas frescas e secas. Em geral, apresenta poucos taninos, acidez média a alta, além de elevado teor alcoólico.
11. Gewürztraminer
A começar pelo nome, a uva gewürztraminer é uma variedade branca diferente, intensa e única, sendo originária da região da Alsácia, na França, mas cultivada também na Alemanha.
Os rótulos variam de secos a doces e têm textura rica e untuosa. O aroma é bem frutado e intenso, com notas de lichia e flores brancas, além de especiarias como gengibre.
Na Alsácia, são produzidos dois vinhos de sobremesa feitos a partir da gewürztraminer: o Vendanges Tardives, de colheita tardia, e o Sélection de Grains Nobles (GSN), produzido por meio de uvas botritizadas.
Quanto à harmonização, os exemplares secos combinam bem com frutos do mar, como camarão e siri, além de pratos levemente condimentados da culinária vietnamita. Já os doces são ótimos acompanhamentos para sobremesas à base de frutas, como torta de maçã ou crumble de pêssego.
Ah, e para você não errar mais, a pronúncia correta do nome dessa uva é: gue-vurz-tra-mi-ner!
12. Malbec
Com sabor macio e aromático, a cepa malbec é de origem francesa, mas bastante cultivada em solo argentino. A cor vermelha púrpura está presente na coloração dos vinhos feitos com a uva. Exemplares da categoria possuem alto potencial de guarda e harmonizam bem com a culinária regional da Argentina.
13. Merlot
Uma das uvas mais utilizadas para a produção de vinho no mundo, a merlot é menos ácida. De frutos pequenos e de cor roxo-azulada, ela tem aroma perfumado e, em locais mais quentes, com quantidade de sol mais intensa, desenvolve-se melhor.
O nome dessa uva é uma referência ao pássaro melro-preto, uma espécie muito comum na França durante o período em que o vinho começou a se tornar popular.
Na harmonização, opte por aves (frango, peru e pato); cortes suínos pouco gordurosos; beef bourguignon; massas e risotos com molhos à base de tomate ou cogumelos; além de queijos, como gouda, gruyère, estepe, gorgonzola, provolone e parmesão.
14. Montepulciano
A uva montepulciano é uma variedade tinta cujo nome é associado à região italiana de Montepulciano, na Toscana. No entanto, sua verdadeira origem se deu em Abruzzo.
Essa casta produz vinhos tintos versáteis e saborosos, que podem variar entre médios e encorpados. No nariz, é possível encontrar notas de frutas vermelhas maduras, como cerejas e amoras, além de nuances de frutas escuras, como ameixas e figos. Os rótulos também podem apresentar características terrosas, herbáceas e de especiarias, como alcaçuz e pimenta-preta.
Uma uva versátil proporciona harmonizações versáteis. Por isso, você pode combinar os vinhos com massas com molhos à base de tomate, como espaguete à bolonhesa, até carnes grelhadas ou assadas, como bife, cordeiro e carne de porco. Aprecie também com queijos de média intensidade e embutidos.
Curiosidade: Montepulciano é não só o nome de uma cidade, mas também uma Denominação de Origem da Toscana, conhecida pelos seus prestigiosos vinhos Vino Nobile di Montepulciano, elaborados principalmente com a uva sangiovese, e não com a montepulciano. Portanto, é importante diferenciar os vinhos montepulciano feitos com a uva homônima, e os vinhos de Vino Nobile di Montepulciano, da sangiovese.
15. Moscato
Moscato é uma família de uvas que conta com mais de 200 espécies diferentes entre si. No geral, tratam-se de cepas brancas, que podem gerar vinhos secos e doces, por conta do açúcar residual presente nos frutos.
Vinhos moscato são leves e equilibrados no paladar, entregando aromas cítricos e florais. Carnes brancas e frutos do mar são ideais para a harmonização. Se quiser optar por queijos, as alternativas são muitas: desde os leves, como brie e camembert, até queijos azuis, como gorgonzola e roquefort.
16. Mourvèdre
A mourvèdre, também conhecida como monastrell ou mataro, é uma variedade tinta cuja origem, provavelmente, é espanhola. No entanto, ela é amplamente cultivada na região do Mediterrâneo, incluindo a França e a Austrália, além da própria Espanha.
Garante rótulos encorpados com aromas intensos de frutas negras e geleia, como mirtilo, amora-silvestre e boysenberry (fruta vermelha híbrida oriunda do cruzamento de uma amora-silvestre com uma framboesa-europeia); frutas vermelhas, como ameixa; além notas florais e minerais.
Os exemplares com passagem em barris de carvalho também podem desenvolver aroma de café mocha, café e baunilha. No paladar, a acidez é alta e tradicional em vinhos dessa casta.
É comumente utilizada em blends, pois acrescenta cor, estrutura de taninos e os aromas de frutas negras. A monastrell também é usada na fabricação do Cava rosé, espumante espanhol. Já na França, cria rosés tranquilos.
Um conselho é que, antes de apreciar um vinho mourvèdre, o recomendado é areá-lo no decanter por, pelo menos, uma hora. Na harmonização, opte por carnes vermelhas grelhadas ou assadas, assim como carnes curadas e queijos duros.
17. Petit Verdot
A petit verdot é uma uva francesa, da região de Bordeaux, muito utilizada em vinhos de corte. Sua casca grossa gera tintos intensos, encorpados e tânicos. Além disso, a espécie possui grande quantidade de polifenóis, antioxidantes que combatem os radicais livres e são benéficos à saúde.
A utilização da petit verdot em varietais e blends confere aos rótulos aromas de frutas negras maduras, banana, madeira e, por vezes, especiarias doces. Para a harmonização, o ideal é investir em carnes gordurosas, queijo gouda e cogumelos como o shitake.
18. Pinot grigio
A pinot grigio surgiu a partir do cruzamento das castas pinot noir e pinot blanc, na região francesa da Borgonha. Contudo, foi a produção na Alsácia, ao leste da França, que garantiu o seu reconhecimento.
Em seguida, foi a vez da Itália investir na pinot gris — outra denominação para pinot grigio. Por isso, tem forte presença na Sicília, onde são produzidos rótulos frescos e de ótima acidez.
Dá origem a vinhos brancos leves, de excelente frescor, que podem proporcionar aromas frutados, florais e minerais, como de toranja, maçã-verde, limão e tomilho. Isso quando cultivada em regiões mais frias. Nas regiões de clima quente, a temperatura elevada garante rótulos mais estruturados e minerais.
19. Pinot noir
Uma excelente uva para iniciar na apreciação de vinhos! A pinot noir também é originária da região da Borgonha, na França, e tem como especialidade, além dos tintos, a produção de champanhes e espumantes.
Entre todos os tipos de uvas, é uma das mais consumidas no mundo e cultivada em inúmeros países, como Nova Zelândia, Alemanha e Estados Unidos.
Rótulos da categoria apresentam corpo médio. É uma ótima opção para quem está começando a degustar vinhos tintos por conta de seu consumo fácil. É uma das poucas castas tintas que podem ser harmonizadas com carnes brancas e peixes.
20. Riesling
Uva branca e nobre, a riesling tem origem alemã, mas também está muito presente na Alsácia, região francesa que faz fronteira com a Alemanha. Ideal para o desenvolvimento de rótulos varietais, permite a criação de vinhos brancos finos e de alta complexidade aromática.
Embora seja melhor cultivada em temperaturas frias, a cepa é bastante versátil, devido à sua capacidade de traduzir o terroir da região onde é cultivada. Por esse motivo, países do Novo Mundo, como Estados Unidos e Austrália, passaram a investir na produção de rótulos riesling.
Países de climas temperados elaboram exemplares altamente aromáticos e de baixo teor alcoólico. Em regiões tropicais, o cultivo precisa ser mais cuidadoso, para evitar o desenvolvimento de bebidas muito doces e de alto teor alcoólico.
Diferente de muitas uvas brancas, gera vinhos longevos, com ótimo potencial de guarda. Pode apresentar notas frutadas e mineralidade, quando maturada.
21. Sangiovese
A uva sangiovese é a casta mais cultivada na Itália, principalmente na região da Toscana. As características dos vinhos são um reflexo do terroir onde a cepa é cultivada, mas, em geral, seus exemplares vão apresentar estrutura e altos níveis de acidez, além de ótimo potencial de guarda.
Aromas de frutas, ervas, especiarias e notas balsâmicas são características também presentes, o que agrada paladares mais evoluídos. Rótulos da categoria são melhor apreciados quando harmonizados com pratos igualmente ácidos, como massas ao molho de tomate.
22. Sauvignon blanc
De origem francesa, a presença da casta sauvignon blanc nos vinhos brancos apresenta muito frescor e aromas que podem variar entre tropicais, como de abacaxi e maracujá, nas regiões mais quentes, e os cítricos, como de limão-siciliano e laranja, em localidades mais frias.
Foi mais uma das castas trazidas ao Novo Mundo por conta do ataque da praga filoxera, que dizimou boa parte das vinhas europeias.
Por ser uma uva leve, o ideal é que os pratos não se sobreponham ao sabor da bebida na hora de harmonizar. Saladas refrescantes e pratos temperados com salsinha, manjericão, tomilho e açafrão são boas escolhas. Ao passo que as proteínas mais indicadas são as brancas, como aves, peixes e frutos do mar. No entanto, evite o excesso de temperos.
Massas com molhos cremosos acompanhados de legumes e vegetais, como ervilhas, aspargos, brócolis e couve-flor, além de queijos de sabor leve, como brie, mascarpone e os à base de leite de cabra, também são opções.
23. Syrah
A uva syrah apresenta cor intensa nos vinhos e é proveniente do Vale do Rhône, na França. O nome do vale é uma referência ao Rio Rhône, que banha a região e tem papel importantíssimo na produção de vinhos franceses brancos, rosés e tintos. Dividido em duas sub-regiões, norte e sul, o Vale do Rhône é repleto de vinícolas ao longo de sua extensão.
É uma casta com boa repercussão no Brasil atualmente, principalmente na Bahia e em Minas Gerais. Nessas regiões, o resultado são vinhos encorpados e agradáveis ao paladar.
O sabor da uva syrah é frutado, e o aroma recorda especiarias. Faz bastante sucesso em países como Argentina e Austrália.
24. Tannat
Originária no sul da França, mas verdadeiramente emblemática no Uruguai, a tannat ficou reconhecida por gerar vinhos intensos, encorpados e de maior graduação alcoólica. Também é uma cepa rica em polifenóis, ou seja, os rótulos da categoria oferecem benefícios à saúde, quando apreciados com moderação.
A uva tinta produz vinhos de coloração mais escura — um roxo azulado. Seus aromas podem variar entre frutas negras, especiarias, notas de chocolate amargo e até mesmo fumaça, dependendo das técnicas de vinificação empregadas.
Ao harmonizar vinhos tannat, lembre-se de investir em pratos igualmente robustos, para equilibrar o paladar. Carnes vermelhas e gordurosas, como picanha, linguiça e carnes de caça são boas opções.
Queijos de pasta dura, como o parmesão, ou queijos azuis também acompanham bem rótulos da categoria. Para sobremesas, sugerimos doces com alta concentração de cacau.
25. Tempranillo
A uva tempranillo leva este nome por conta de seu amadurecimento antecipado — em espanhol, temprano.
Espanha é, inclusive, o país referência da casta, com grande comercialização de vinhos da categoria, que, embora com sabor frutado, tem aroma de ervas. Além disso, é adaptável aos mais diferentes climas, evidenciando seu forte sabor nos vinhos.
Você pode harmonizar essa uva intensa da seguinte forma:
- Carnes: filé mignon, ragu de pato e costela ao bafo com molho de ervas.
- Massas e molhos: molho sugo, molho pesto e lasanha à bolonhesa.
- Risotos: tomate seco e pesto.
- Queijos: brie, gruyere e semicurados.
26. Torrontés
A torrontés é uma variedade branca nativa da Argentina que nasceu do cruzamento natural entre a muscat de alexandria e uma uva chilena chamada país.
É conhecida por produzir vinhos brancos perfumados e frescos, com aromas dominantes de notas de limão, pêssego, cascas de limão-siciliano e pétalas de rosa. Além de um toque especial de frutas tropicais, como abacaxi e goiaba. Normalmente, os rótulos são secos, com acidez média e um corpo leve a médio.
A região argentina de Salta produz rótulos secos e cítricos. Alguns deles, são cultivados em elevadas altitudes. Enquanto que os torrontés de localidades mais quentes, como Mendoza e San Juan, garantem um paladar macio e aromas de frutas, como goiaba e pêssego.
Na hora de harmonizar, opte por carnes de sabor delicado e molhos agridoces, como preparos que levam peixe, sushi e tofu grelhado.
27. Touriga nacional
A touriga nacional é considerada a rainha das uvas portuguesas. A casta nobre gera vinhos tânicos, de coloração intensa e alta complexidade aromática. Para a obtenção de rótulos de qualidade, exige muitos cuidados durante o processo de cultivo e vinificação.
Embora figure como uma das castas de uvas portuguesas mais importantes, estando presente em regiões como Douro, Dão e Alentejo, o reconhecimento internacional da uva é inegável, uma vez que os vinhos da categoria são de alta qualidade. Por esse motivo, hoje em dia, é possível encontrar cultivos da cepa em países como Austrália, África do Sul, Estados Unidos, Chile e Brasil.
A uva touriga nacional está presente no Vinho do Porto, mas seus rótulos varietais brilham igualmente. Para harmonizar, prefira carnes gordurosas e queijos azuis, como o roquefort.
Caso esteja degustando um Vinho do Porto, é possível harmonizá-lo com sobremesas à base de cacau e nozes.
28. Trebbiano
Uma das uvas mais populares na produção de vinhos brancos, a trebbiano se adapta bem a diferentes terroirs e gera bebidas leves e de boa acidez.
Acredita-se que a casta tenha sido utilizada desde o começo da civilização ocidental, no período da Roma Antiga. No século 13, começou a ser cultivada na França, onde foi chamada de ugni blanc.
Foi na Itália, onde se firmou entre as regiões norte central, que grandes denominações de origem foram estabelecidas, como Trebbiano d’Abruzzo, Trebbiano di Aprilia, Trebbiano di Capriano del Colle e Trebbiano di Romagna.
Entre as principais características da casta, pode-se destacar o fato de ser uma cepa versátil e adaptável, que garante aos vinhos aromas de frutas cítricas, como limão, frutas brancas, como pêssego e maçã-verde, ervas, como manjericão, além de mineralidade.
29. Viognier
Por fim, a viognier é outra uva branca que gera vinhos robustos, de coloração dourada e muito aromáticos.
Cultivada em grande parte na França, mas também na Austrália e nos Estados Unidos, gera rótulos com alto teor alcoólico e de aromas florais, como de madressilva, flor de laranjeira e rosa; de especiarias, como caramelo, baunilha e pimenta-da-jamaica; e cítricos, como de limão, laranja e tangerina. As colheitas tardias também podem apresentar notas de mel.
Para criar boas harmonizações, vale a pena investir em carnes brancas, massas ao molho branco, queijos de massa mole e pratos picantes.
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Flávia
Sommelier internacional pela FISAR/UCS, pós-graduada em Marketing e Negócios do Vinho pela ESPM. Há 10 anos atuando no mercado e através de diversos canais de mídia especializados no mundo do vinho. Propago conhecimento para enófilos e amantes da bebida. Falar sobre vinhos é um prazer!