Guia: 10 dicas para escolher vinhos no restaurante
Uma das maiores dores de quem está começando a se aprofundar no universo dos vinhos, sem dúvidas, é dar um passo a mais e escolher vinhos no restaurante. Até porque o ato de comprar pela internet ou optar por um rótulo no supermercado tende a ser uma tarefa individual.
Se você tem esse receio e não sabe como pedir vinho no restaurante, já te asseguramos de antemão que o processo pode ser facilitado até que, em algum momento, se torne extremamente natural.
Com algumas dicas você se sentirá mais seguro na hora de escolher o melhor rótulo para determinada ocasião! Por isso, para te ajudar a perder o medo de solicitar um vinho no restaurante, listamos 10 delas neste texto. Confira cada uma a seguir!
Antes de escolher o vinho…
1. Pesquise sobre o restaurante
Antes de entender como escolher vinhos na prática, descubra mais detalhes sobre o restaurante que deseja frequentar.
Em um mundo online, é muito fácil encontrar informações sobre os lugares nas próprias redes sociais. Seja por meio das contas do estabelecimento quanto por meio das publicações de pessoas que frequentam o espaço.
Você pode se atentar aos pratos que costumam ser servidos até às bebidas — inclusive, observar os rótulos dos vinhos e já pesquisar a respeito das características deles na internet.
Não deixe também de observar as avaliações feitas ao ambiente para, acima de tudo, ir a um local cujo atendimento, a comida e a carta de vinhos sejam do seu agrado.
2. Opte por uma culinária específica
Para facilitar esse processo da escolha do vinho, você pode priorizar, por exemplo, uma culinária específica, como a italiana, a japonesa, a francesa, etc.
Assim, ao chegar no restaurante, você não vai se deparar com uma imensa variedade de pratos e sentir o corpo suando frio em ter que optar por um rótulo mediante tantos sabores distintos.
Isso porque, em um restaurante italiano, por exemplo, a tendência é que os rótulos também sejam do país.
3. Entenda sobre os tipos de vinhos
Mais uma vez, na hora de descobrir qual vinho escolher no restaurante, a internet pode ser sua aliada. Para isso, pesquise os tipos de vinhos disponíveis e entenda, no mínimo, as características básicas de cada um deles. No entanto, quando estiver no restaurante, não tenha receio de sanar suas dúvidas com o próprio sommelier ou maître.
Em suma, podemos dizer que existem quatro tipos de vinhos principais: os tranquilos, os brancos, os espumantes e os rosés. Todos eles possuem aspectos diferentes, desde a coloração ao teor de açúcar, assim como sabor, graduação alcoólica, tempo de guarda, entre outros fatores.
Os vinhos tranquilos são todos vinhos tintos, brancos ou rosés, desde que não sejam espumantes. Podem ser feitos a partir de uvas diversas, como merlot, tannat e malbec. O rótulo pode conter apenas uma uva (varietal) ou combinar mais de uma casta (blend).
Ao passo que os espumantes se destacam por conta do perlage — as borbulhas que ficam visíveis quando a garrafa é aberta. Outra opção curinga, leve e refrescante que pode ser servida em qualquer momento e pode ser harmonizada desde a entrada até a sobremesa!
Quanto aos rosés, são aromáticos e frutados, leves e fáceis de beber. Perfeitos para acompanhar pratos mais leves, como saladas, frutos do mar e peixes, ou caso você deseja vinhos menos intensos e mais refrescantes. Se você busca por refrescância, é a escolha certa!
Aprenda sobre os tipos de vinhos disponíveis no restaurante!
4. Verifique a carta de vinhos
Depois de ter decidido o restaurante e entendido um pouco mais sobre os tipos de vinhos, quando chegar ao local escolhido, a primeira coisa a se fazer é solicitar e observar atentamente a carta de vinhos.
Mas afinal, o que é carta de vinhos? A carta de vinhos é onde você encontrará todos os rótulos que a casa oferece. Normalmente, contém informações como nome do vinho, vinícola produtora, país de origem, uva, características sucintas, safra, tempo de guarda e, é claro, o valor da garrafa ou da taça. Para facilitar a busca, a organização pode ser por países ou até mesmo estilo de vinho (branco, tinto, rosé, etc).
Com ela em mãos, você deve colocar em prática as dicas que já aprendeu, analisando todas as características dos rótulos e pensando nas suas preferências pessoais.
E para não se sentir perdido, mais uma vez, não tenha medo de falar com o sommelier e o maître do restaurante sobre algum detalhe específico do rótulo que não esteja especificado na carta de vinhos ou que te deixou com dúvidas.
5. Pense na harmonização
Por falar em prato principal, não basta saber como escolher e como degustar vinho no restaurante. Alguns cuidados de harmonização na hora de optar pelas comidas também devem ser tomados.
Para uma boa experiência ao paladar, o tipo e o corte da carne, o ponto de cozimento, a quantidade ou combinação de temperos e a forma como o alimento é servido devem ser levados em consideração.
Na tabela abaixo, você confere algumas dicas gerais. No entanto, na categoria Harmonização, aqui no blog do Divvino, também há uma série de artigos que podem te ajudar.
Opções de harmonizações práticas.
6. Peça sugestões ao garçom ou sommelier
Além da internet, quebre a barreira da comunicação e solicite orientações a quem serve vinho, mas que principalmente está ali para te auxiliar na compreensão sobre os rótulos, colaborando com mais informações ou esclarecendo dúvidas, seja o garçom ou o sommelier do restaurante. Não tenha medo de fazer isso.
Normalmente, quando os ambientes possuem uma carta de vinhos, há pessoas preparadas para orientar os clientes e ajudá-los a encontrar o melhor vinho para aquele momento — ainda que não seja alguém com o título de sommelier.
Não tenha receio de solicitar ajuda ao garçom ou sommelier!
Você pode compartilhar desde o gosto do seu paladar até a sua disposição financeira. Assim, a harmonização com o prato a ser escolhido — falaremos disso em breve — será facilitada. O fato é: em caso de dúvidas sobre os rótulos, essas pessoas estão lá justamente para esclarecê-las!
7. Decida entre taça ou garrafa
Em muitos restaurantes, é possível optar tanto por uma garrafa quanto por apenas uma taça de vinho. Descubra se essas duas possibilidades são viáveis.
Caso você esteja acompanhado de amigos e familiares, mas eles não queiram dividir uma garrafa com você, a taça é a escolha ideal. Os brancos, tintos e rosés tendem a ser mais oferecidos nesse modelo.
É possível encontrar ainda mini garrafas de vinhos, que apresentam cerca de 200 ml da bebida — essa tendência é perfeita para o consumo individual.
Do contrário, se mais pessoas na mesa decidirem acompanhá-lo na degustação, opte por apreciar um rótulo inteiro.
Com o vinho escolhido…
8. Solicite a primeira prova
Com o rótulo já selecionado, para avaliar se ele está ou não em estado de consumo, você poderá, enfim, apreciar o vinho e avaliar as condições dele — falaremos mais sobre isso no tópico a seguir. Em alguns casos, o sommelier ou maître são os responsáveis pela primeira prova, visando garantir a qualidade da bebida.
9. Avalie a bebida
Com o rótulo escolhido para a prova, ao trazer a garrafa, o garçom colocará um pouco de vinho na sua taça e você deverá avaliá-lo considerando aspectos visuais, olfativos e, é claro, o paladar.
Comece analisando a tonalidade que o vinho apresenta. Na sequência, é a hora de descobrir os aromas da bebida. Para isso, gire a taça de leve e provoque a oxigenação do vinho, assim as partículas responsáveis pelos aromas se desprendem facilmente e aumentam a intensidade olfativa do líquido.
Depois, coloque um pouco na boca e note os sabores que ele trará. Por fim, conclua se o vinho está agradável ao seu paladar e avise o garçom ou o sommelier se aquele é o seu escolhido ou não! Você também pode solicitar que o rótulo seja servido para as outras pessoas que estão na mesa.
Sinta o aroma e todos os outros aspectos do vinho!
10. Conheça a taxa de rolha
Já pensou em sair de casa e já levar vinho para o restaurante? Isso mesmo, o seu vinho! É para isso que existe a taxa de rolha. Ela nada mais é do que um adicional que é cobrado pelos restaurantes para que os clientes levem um vinho de casa e degustem no estabelecimento.
Essa tarifa extraordinária, normalmente, é justificada para cobrir o serviço do sommelier ou do garçom na hora de servir o vinho. Uma alternativa super válida não para quem busca economizar, mas para quem deseja apreciar um rótulo guardado para uma ocasião especial, como noivado, aniversário, promoção no trabalho, etc.
Para descobrir se o restaurante que você vai frequentar oferece a taxa de rolha, ligue no local e certifique-se também do valor cobrado. Lembre-se ainda de optar por um vinho que supere o valor da taxa de rolha, desde que ele não esteja na carta do restaurante.
Restaurantes que oferecem a taxa de rolha permitem que você leve um vinho de casa para apreciar no estabelecimento!
Dicas gerais
Ao mudar de prato, a tendência é que o vinho também se altere. Vai da sua vontade. Além disso, a taça também deve ser trocada. Mantenha a água por perto para limpar o paladar e manter-se hidratado, assim você conseguirá apreciar melhor a bebida.
Se quando a refeição chegar ao fim ainda houver vinho na garrafa, leve o restante para casa. Se você coleciona a rolha, pegue-a também, ela é sua!
Para finalizar, aqui vai a resposta para uma dúvida muito comum: sim, se o vinho estiver ruim, você pode devolver, com certeza! Contudo, a recusa deve ser feita apenas se o vinho estiver realmente defeituoso, o que é difícil de acontecer, já que o garçom ou o sommelier tendem a provar antes.
Agora, se o vinho apenas não te agradou como você imaginava que iria, paciência! Deguste com tranquilidade, sem pressa. O primordial é o diálogo e o bom senso. Questões que variam de restaurante para restaurante.
Viu? É simples, agora é só escolher o restaurante perfeito e desfrutar dessa experiência com tranquilidade.
E se você quiser se aprofundar ainda mais nesse universo de aromas, sabores e tonalidades dos vinhos, acesse a categoria Entendendo de Vinho, aqui no blog do Divvino, e aprenda mais sobre essa bebida milenar!
Flávia
Sommelier internacional pela FISAR/UCS, pós-graduada em Marketing e Negócios do Vinho pela ESPM. Há 10 anos atuando no mercado e através de diversos canais de mídia especializados no mundo do vinho. Propago conhecimento para enófilos e amantes da bebida. Falar sobre vinhos é um prazer!
