Regiões vinícolas da Espanha: conheça as principais
A viticultura espanhola iniciou há muito tempo, mas foi nos anos 1970 que surgiram as primeiras regulamentações e proteções ao setor. Com o passar das décadas, as técnicas tradicionais foram dividindo espaço com as modernas.
Além disso, a variedade e a qualidade das castas se transformou e começou a ser adequada às condições climáticas de cada uma das regiões vinícolas da Espanha. Com solos, processos e uvas distintas, essas áreas delimitadas são as responsáveis por dar ao país o título de terceiro maior produtor de vinhos no mundo. E é sobre elas que vamos falar neste texto.
Continue a leitura para conhecer as 6 principais regiões produtoras de vinho na Espanha e entender um pouco mais sobre a relação espanhola com essa bebida milenar!
Classificação dos vinhos espanhóis
Antes, entenda como funciona o sistema de classificação de vinhos espanhóis e os critérios que dividem os rótulos em seis patamares:
Denominación de Origen Protegida (D.O.P)
É a base do sistema de controle de qualidade do vinho espanhol, sendo que cada região é governada e regulada por um conselho. São mais de 90 D.O.Ps (Denominações Protegidas) subdivididas em Denominación de Origen Calificada (D.O.Ca.), Denominación de Origen (D.O.), Vinos de Pago (V.P.) e Vino de Calidad con Indicación Geográfica (V.C.).
Denominación de Origen (D.O.)
Existem mais de 60 D.O. na Espanha, e inclui os chamados Vinos de Calidad. Para obtê-la, é necessário cumprir uma série exigente de padrões de qualidade, como utilizar castas autorizadas, ter denominados níveis de produção, assim como métodos de vinificação e regime de envelhecimento.
Denominación de Origen Calificada (D.O.Ca)
Depois de, pelo menos, uma década como denominação de origem, recebe-se a Denominación de Origen Calificada. Todos os vinhos devem ser comercializados a partir de vinícolas registradas e localizadas na área geográfica delimitada. Um rigoroso sistema de qualidade e controle de quantidade também é indispensável.
Existem duas regiões espanholas atualmente, Rioja e Priorat, sendo que os vinhos de priorat utilizam o termo em catalão (Denominació d’Origen Qualificada (DOQ).
- Saiba mais: O que é a Denominação de Origem Controlada?
Vinos de Pago (V.P.)
Introduzida em 2003, é concedida para vinhos de qualidade totalmente elaborados e engarrafados dentro de uma propriedade específica, sendo que cada vinícola é autorizada a elaborar suas próprias regras, optar por quais uvas utilizar e quais métodos de viticultura, vinificação e envelhecimento aplicar.
Vinos de la Tierra (VdlT)
Os Vinos de la Tierra não contam com uma D.O., mas devem pertencer a uma determinada região cujas características ambientais proporcionam caráter aos rótulos, e 85% da bebida precisar vir da área de produção nomeada.
É a única classificação que pode rotular com a Indicação Geográfica Protegida (IGP), da União Europeia. Até 2019, 42 áreas geográficas espanholas podiam usar a classificação Vino de la Tierra.
Vino de Calidad con Indicación Geográfica (V.C.)
Assim como os Vinos de la Tierra, os rótulos com o selo de Vino de Calidad con Indicación Geográfica são elaborados em uma determinada região ou localidade. Contudo, é indispensável que as uvas tenham a mesma origem, assim como a produção e o envelhecimento da bebida precisam ser na mesma área. Normalmente, é encarada como um passo intermediário para a Denominación de Origen.
Vinos de Mesa
Também não pertencem a nenhuma denominação de origem. Assim como não exigem a especificação de safra, procedência, ou até mesmo a variedade de uvas utilizada na produção. Mas isso não significa que não possuam qualidade, a questão é que determinados produtores apenas decidem não seguir as regras da D.O. a qual pertencem, e não submetem os vinhos à classificação.
Envelhecimento
A respeito da categoria de idade para os vinhos, eles são classificados em Joven, Crianza, Reserva e Gran Reserva.
Designação |
Vinhos tintos |
Vinhos brancos e vinhos rosés |
||
Envelhecimento mínimo total (meses) |
Tempo mínimo em barril (meses) | Envelhecimento mínimo total (meses) |
Tempo mínimo em barril (meses) |
|
Joven |
0 |
0 | 0 |
0 |
Crianza |
24 |
6 | 18 |
6 |
Reserva |
36 |
12 | 24 |
6 |
Gran Reserva |
30 |
18 | 48 |
6 |
Agora, vamos conhecer as regiões vinícolas da Espanha mais famosas!
1. Alto Ebro
O destaque fica para as produções de Rioja D.O.Ca., Navarra, Cariñena e Calatayud.
Rioja D.O.Ca.
A principal cidade da região do Alto Ebro é Logroño, utilizada como ponto de referência para a divisão de La Rioja D.O.Ca., que conta com mais de 63 mil hectares de vinhedos, entre 500 e 800 metros acima do nível do mar, o que ocasiona um clima favorável para o plantio das frutas.
A macrorregião é subdivida em três zonas distintas de produção:
Rioja Oriental (antiga Rioja Baja)
Tem clima mais continental, assim como verões quentes e invernos rigorosos. Os solos são argilosos e há pouca incidência de chuva, resultando em rótulos coloridos, com maior teor alcoólico, baixa acidez e menor potencial de guarda.
Rioja Alta
À margem direita do rio Ebro, começou a se especializar em viticultura a partir do século XV. Como o próprio nome sugere, é mais elevada que as outras áreas, criando castas mais brilhantes e vinhos leves ao paladar.
Rioja Alavesa
Situada a oeste da cidade de Logroño, às margens do norte do rio Ebro, o solo é calcário-arenoso e as temperaturas não são extremas, resultando em vinhos mais elegantes, encorpados e de maior acidez.
Aa três zonas importantes da Rioja D.O.Ca: Rioja Alavesa, Rioja Alta e Rioja Oriental (antiga Rioja Baja).
Entre os principais marcos da viticultura de Rioja está a criação do Conselho Real de Colhedores que, em 1797, teve como propósito promover o cultivo de videiras, elevando a qualidade dos vinhos e facilitando o comércio nos mercados do norte, construindo e melhorando estradas e pontes a fim de unir outras cidades vinícolas na Espanha à regiã. O setor ganhou ainda mais importância no século XIX, com a construção das estradas de ferro.
De 1970 para frente, o processo de “descanso” das bebidas na região mudou. Elas passaram a ficar mais tempo na maceração, com a substituição do carvalho americano pelo francês.
A D.O.Ca. foi introduzida em abril de 1991, tornando Rioja a primeira região espanhola a receber esse status.
As principais uvas cultivadas são as tintas, sendo que o cultivo de tempranillo se dá bem nas regiões do oeste, que são mais frescas. Porém, também há plantações de mazuelo e de graciano que colaboram com os cortes. Quanto às castas brancas, a amplamente cultivada é a viura.
San Vicente de la Sonsierra, La Rioja, Espanha. Foto: Alberto Loyo.
Navarra
Próxima a Rioja, outra comunidade autônoma da Espanha popular pela produção de vinhos é Navarra, que faz fronteira ao norte com a França e também é atravessada pelo Caminho de Santiago.
A região produz vinhos desde a época romana, e os rótulos são oriundos de uma variedade climática que, ao depender da localidade, transita entre o Atlântico, continental e até mesmo o mediterraneo. Na cordilheira dos Pireneus, é possível se encantar com o clima montanhês, enquanto que ao sul de Navarra, as vinhas crescem em um ambiente quase desértico.
As castas mais populares são a garnacha e a tempranillo. Contudo, encontram-se ainda vinhedos das tintas graciano e mazuelo, garnacha branca, moscatel de grão pequeno — responsável pelos vinhos de sobremesa —, viura e malvasia, as quatro últimas propícias aos vinhos brancos. Contudo, a produção teve outras uvas incorporadas ao longo das décadas, como pinot noir, cabernet sauvignon, merlot, syrah, chardonnay e sauvignon blanc.
Quanto a Navarra D.O., ela inclui cinco áreas vitivinícolas: Tierra Estella, Valdizarbe, Baja Montaña, Ribera Alta e Ribera Baja.
Calatayud e Cariñena
Calatayud D.O. está situada em uma das províncias de Aragón, Zaragoza, em uma altitude de 550 a 880 metros, tendo um solo rochoso e com poucos nutrientes, além de um clima cuja temperatura oscila frequentemente entre o dia e a noite. Dá origem aos vinhos de altitude.
Normalmente, os rótulos são feitos a partir da uva garnacha, colhida após o amadurecimento.
Adquiriu status de D.O. em 1990, ficando atrás de Cariñena D.O. na produção de vinhos de qualidade, sendo esta última a mais antiga denominação recebida na região de Aragón e o nome de uma das castas cultivadas na Espanha — a uva cariñena, cujas plantações ocorrem em grandes altitudes, ainda que a não seja a casta mais cultivada na D.O. homônima.
Ao norte, os vinhedos recebem a umidade dos montes Pirineus, e o solo tem calcário. Já ao sul, o clima é mais seco e quente, e o solo é composto por uma camada arenosa sobre pedra calcária. Esses dois terroirs distintos resultam em vinhos de personalidades exclusivas.
Campos de vinhedos ao pôr do sol na Cariñena, Aragón, na Espanha.
A região também tem permissão para fabricar o espumante Cava, e tem uma denominação de Vino de Pago. No caso de Aragón, o “Pago de Aylés” — uma classificação para vinhos espanhóis aplicada a vinhedos ou propriedades vinícolas individuais.
2. Catalunha
A Catalunha D.O. é importantíssima para o sucesso da Espanha no mercado vitivinicultor, pois é de lá que saíram os famosos espumantes Cava, nos quais se utiliza o método de segunda fermentação na garrafa e a classificação varia conforme o nível de açúcar (extra-brut, brut, extra-seco, seco, semi-seco e dulce). Ainda que não seja mais uma exclusividade da área, 85% das áreas produtoras pertencem à região.
Além da Cava, há mais oito D.Os.: Montsant, Empordá-Costa Brava, Conca de Barberà, Priorat, Alella, Penedès, Pla de Bages, Tarragona e Terra Alta.
Os vinhos de Priorat, por exemplo, são produzidos a partir de castas de maturação tardia, como a garnacha e a cariñena. Por conta das condições climáticas do local, que tem baixa temperatura a noite e calor no decorrer do dia, assim como encostas íngremes e os poucos nutrientes do solo, faz com que a colheita na vinha seja demorada, o que resulta em rótulos complexos e intensos, e de valores elevados.
- Leia também: Glossário do vinho — o que significa terroir?
Normalmente, os tintos têm cor profunda, alto nível de taninos e aromas de fruta preta concentrada acompanhada por aromas de carvalho francês novo tostado. Os brincos e os rosés são mais raros.
Já na Penedès D.O., ao sudoeste de Barcelona, há três zonas climáticas diferentes. A mais quente fica na planície costeira, onde o clima mediterrânico. Já no interior dos vales, o ar é mais fresco, ainda que moderadamente quente. Por fim, mais acima das colinas, local em que as videiras costumam ser cultivadas em até 800 metros acima do nível do mar, o clima é moderado.
Por lá, é possível observar plantações de variedades internacionais como a chardonnay, sauvignon blanc e a gewurztraminer. As tintas merlot, cabernet sauvignon, pinot noir e tempranillo são mais comuns.
Um fato curioso são os nomes diferentes que dão para as uvas na Catalunha. A tempranillo, também chamada de tinta del país, vid arand, é denominada Ull de llebre; a carignan ou cariñena, é conhecida por samso; e a grenache ou garnacha, pode ser denominada aragón, lladoner, roussillon, mas especialmente de garnatxa.
Vinícola da região da Cataluña, na Espanha. Foto: Richard Semik.
3. Vale do Duero
Por muitos anos, Toro D.O.Ca., uma das regiões que compõem o Vale do Duero, foi conhecida pela produção de exemplares mais rústicos e menos valorizados. Hoje, tornou-se uma região-chave para o sucesso dos vinhos da Espanha. Situada na cidade de mesmo nome, desde a Idade Média há atividade vitivinicultura no local.
A uva mais produzida é a tempranillo, mas um pouco diferente da tradicional, ao qual chamam de “local” ou “Tinta de Toro”. O solo da região é de argila vermelha, e seus vinhedos encontram-se entre 600 e 700 metros acima do nível do mar. A área é bastante montanhosa e apresenta um clima perfeito para o cultivo das frutas, que resultam em vinhos estruturados, potentes e concentrados!
Além de Toro, a Ribera del Duero, assim como Rueda, também merecem menção quando o assunto são os vinhos do Vale do Duero.
A Ribera del Duero D.O. apresenta altitudes elevadas, alcançando 900 metros acima do nível do mar. Com invernos rigorosos e verões árduos, o amadurecimento das uvas é lento. Essa característica climática faz com que os rótulos apresentem aroma intenso e boa estrutura.
O cultivo da tinta tempranillo é evidente, juntamente com a cabernet sauvignon, garnacha, merlot e malbec.
É uma das poucas áreas vitivinícolas espanholas que utilizam os termos Crianza, Reserva e Gran Reserva impressos nos rótulos das garrafas — um indicativo sobre o amadurecimento dos vinhos conforme explicamos no começo deste texto.
Cachos de uvas vermelhas crescendo na região de Toro, província de Zamora, Espanha. Foto: Dolores Giraldez Alonso.
Entre Toro e Ribera del Duero, está a Rueda D.O.. Ainda que seja permitida a produção de tintos e rosés, a região é notória graças aos vinhos brancos produzidos a partir da elegância e frescor da uva verdejo.
De verões secos e ligeiros e invernos notáveis, tem solo pedregoso que é propício ao cultivo das uvas brancas. A viura, a palomino e a sauvignon blanc se desenvolvem bem no território, assim como as tintas tempranillo, cabernet sauvignon, garnacha e merlot.
4. Noroeste
Influenciada pelo Atlântico, o noroeste da Espanha é uma região mais fresca e úmida do que o restante do país, o que ocasiona os melhores vinhos brancos espanhóis.
Na costa do Oceano Atlântico, a Rías Baixas D.O. possui um clima moderado e úmido. Essa personalidade climática do local faz com que as videiras sejam conduzidas em pergolas, a fim de aprimorar a circulação de ar e evitar doenças, como o míldio, o oídio e a podridão.
Refrescantes e sem madeira, os vinhos brancos albariños produzidos por lá aproveitam a acidez da casta e os sabores de fruta de caroço madura. Podem receber um toque de madeira de carvalho ou de bâtonnage. A produção de tintos é permitida, mas não chega a ser relevante.
Vinhedos da região de Rias Baixas, na Galiza, Espanha.
Já na Bierzo D.O., os tintos, enfim, ganham destaque e são produzidos entre as montanhas que marcam a fronteira entre a Galiza e a Meseta Central. De clima moderado, sofre influência de arrefecimento que advém do mar.
A principal casta é a mencía: dona de vinhos tintos elegantes, acidez naturalmente alta, paladar aveludado e aroma de frutas vermelhas. Ao passo que os vinhos brancos são elaborados com as variedades autorizadas godello e doña branca, e os rosés com ao menos 50% de uva mencía.
5. Levante
Valência é a 3ª cidade mais populosa da Espanha. Fundada em 138 a.C, está na costa do Mediterrânio, ao leste do país Mais do que a terra da paella, prato típico da culinária espanhola, surpreende por sua arquitetura e importância histórica, mas também por ser uma D.O. extensa cujos rótulos estão, aos poucos, chegando ao mercado brasileiro.
O solo da Valência D.O. é permeável e composto por pedra calcária. Juntamente com o clima mediterrâneo dominado por fortes chuvas, um inverno rigoroso e um calor extremo, diversas castas, como monastrell, garnacha, bobal, tempranillo, forcallat, mandó, cabernet sauvignon, merlot, syrah, pinot noir, airén, malvasia, macabeo, pedro ximenez, tortosina, verdil, merseguera, entre outras, são cultivadas. É possível encontrar desde brancos perfumados, vinhos tintos jovens e rosés frutados.
A merseguera, uma casta local, é quem domina as plantações de uvas brancas, mas também há plantações significativas de moscatel de alexandria, que origina o Moscatel de Valencia — um vinho doce fortificado.
Colheita da casta bobal em Utiel-Requena, na Espanha.
Próxima à Valência, está também Alicante D.O., uma grande exportadora da bebida na época do Renascimento, que influenciou o mundo dos vinhos durante o século XX. Após um declínio, a região tem ganhado evidência novamente graças ao aperfeiçoamento dos produtores locais. Em 1957, tornou-se uma D.O.Ca.. O cultivo de uvas brancas por lá, como chardonnay, muscat of alexandria e sauvignon blanc, são notáveis.
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Já a região vitivinícola de Murcia, no sudoeste da Espanha, conta com três zonas situadas em uma área plana entre montanhas. São elas Jumilla, Yecla e Bullas, que produzem vinhos com D.O.. Enquanto que Abanilla e Campo de Cartagena são responsáveis pelos Vinos de la Tierra — que também estão entre os melhores vinhos espanhóis!
Em Jumilla e Yecla D.O., apesar da área ter um clima muito seco, o solo tem boa retenção hídrica, assim como uma permeabilidade que possibilita a subsistência das videiras nos tempos de seca. O resultado são tintos jovens jovens de cor intensa, muito corpo e estrutura, aromas frutados e taninos finos. Dos brancos, espere um alto potencial aromático, frescor e um equilíbrio perfeito!
As castas tintas mais cultivadas são syrah, petit verdot, merlot e tempranillo, ao passo que as brancas são macabeo, chardonnay, sauvignon blanc, airen, malvasia e verdejo.
Já ao noroeste da província, os vinhedos situados nos municípios de Cehegín, Bullas, Pliego, Mula, Ricote, parte de Caravaca De la Cruz, Moratalla, Calasparra e Lorca, fazem parte da Bullas D.O., cujas plantações são dominadas pelas uvas monastrell, tempranillo, macabeo, cabernet sauvignon, merlot, garnacha, airen, moscatel, chardonnay e petit verdo.
Vinhedos em Jumilla, uma das províncias de Murcia.
6. Castilla-La Mancha/Castilla y León
A comunidade de Castilla-La Mancha faz fronteira com Castilla y León, Madrid, Aragão, Valência, Múrcia, Andaluzia e Estremadura, sendo composta pelas províncias de Toledo — capital da região —, Cidade Real, Cuenca, Guadalajara e Albacete. É a maior D.O. do mundo em plantação, sendo uma das maiores regiões produtoras do país.
No total, a região conta com 9 D.Os., além de produzir mais de 25 variedades de uvas, sendo que as brancas ocupam a maior parte do território. O protagonismo fica por conta da airén, enquanto que as tintas bobal, monastrell e a tempranillo (conhecida na região como cencibel) estão à frente das tintas.
Algumas sub-regiões consideráveis são La Mancha, Valdepenãs, Almansa, Manchuela, Méntrida, Uclés, Mondéjar e Ribera del Júcar.
Foi em La Mancha D.O. que a tendência de produzir vinos de pago começou. Além disso, a região tem recebido investimentos tecnológicos que possibilitam o potencial mercadológico da área na exportação de vinhos tintos e brancos.
Marcada por extremos em relação às temperaturas, que podem chegar a 40°C no verão e -20°C no inverno, a região é propícia ao desenvolvimento de uvas emblemáticas, como a tempranillo. Ao passo que o principal tipo de vinho elaborado por lá é o tinto. A respeito dos vinhos brancos, as castas mais utilizadas são a viura e a verdejo, ainda que em uma escala menor.
Curiosidade: O romancista castelhano Miguel de Cervantes (1547-1616) nasceu em um município pertencente à província de Madri. Contudo, seu personagem mais famoso, Dom Quixote, leva o nome da região que nasceu, La Mancha!
Enquanto que Valedepeñas D.O. está ao sul de La Mancha, possui clima similar, mas reputação superior. Produz vinhos de corte e varietais a partir da tempranillo. Os rótulos podem ser frutados ou mais concentrados. Normalmente, são envelhecidos em madeira de carvalho.
Já a região de Castilla y León engloba nove cidades: Ávila, Burgos, Leon, Palência, Salamanca, Segovia, Soria, Zamora e Valladolid.
São 13 D.O.Ps, uma I.G.P. e uma VdlT Castilla y León, a indicação geográfica espanhola Vinos de La Tierra para rótulos da região autônoma de Castilla y León adquirida em 2005.
Vinhedos durante o inverno em uma vinícola em Segóvia.
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Flávia
Sommelier internacional pela FISAR/UCS, pós-graduada em Marketing e Negócios do Vinho pela ESPM. Há 10 anos atuando no mercado e através de diversos canais de mídia especializados no mundo do vinho. Propago conhecimento para enófilos e amantes da bebida. Falar sobre vinhos é um prazer!