Como escolher o vinho ideal para você? Dicas práticas!
Um bom vinho pode ser apreciado em inúmeras ocasiões, desde um jantar com uma pessoa especial ou amigos, em piqueniques, almoços e até mesmo grandes eventos, como aniversários, formaturas e casamentos. E para garantir as melhores experiências, escolher bons rótulos é essencial. Pensando nisso, neste conteúdo compilamos uma série de dicas para que você saiba como escolher o vinho ideal.
Se você vai degustá-lo sozinho ou sozinha, ao lado das pessoas que ama ou presentear alguém com uma garrafa, pode ter certeza que as informações deste texto vão te ajudar a acertar na seleção. Para descobri-las, continue a leitura!
1. Pesquise os diferentes tipos de vinhos disponíveis
Antes de sair à procura do vinho ideal, é necessário entender quais as diferenças entre cada tipo de rótulo, já que eles apresentam características específicas e variam desde a coloração ao teor de açúcar, sabor, intensidade, graduação alcoólica, tempo de guarda, entre outros fatores.
A seguir, abordamos as características de alguns dos principais tipos de vinhos, de maneira bastante resumida. Confira!
Vinhos tintos tranquilos
Vinhos tintos são elaborados com uvas tintas, como malbec, merlot e tannat, e podem ser varietais ou blends (produzidos com mais de uma casta). Suas características variam de acordo com a casta escolhida, assim como o terroir e métodos de vinificação.
São bebidas com maior presença de taninos (um polifenol encontrado na casca de uvas tintas), trazendo sensação “seca” na boca, como quando mordemos um caqui ou banana verde). Em geral, são vinhos mais intensos.
Vinhos brancos
Os vinhos brancos tendem a ter acidez presente, o que aumenta a sua salivação no momento do gole, e são mais leves no paladar. Além disso, são mais aromáticos, com perfil frutado e floral.
Vinhos espumantes
A principal característica dos vinhos espumantes é a presença do perlage, aquelas borbulhas que são formadas quando a garrafa é aberta. São bebidas curingas, leves e super refrescantes, com acidez marcada.
Vinhos rosés
Os rosés são mais uma categoria de vinhos leves e fáceis de beber. Ideais para dias mais quentes, costumam ter um perfil aromático mais frutado.
Podem ser elaborados de diversas formas e, em todo caso, tendem a apresentar corpo leve, grande frescor, sendo uma bebida despretensiosa.
2. Conheça os diferentes tipos de uvas
Entender sobre os diferentes tipos de uvas usadas na produção de vinhos é um ótimo ponto de partida para quem não sabe como escolher o vinho ideal. Isso porque as castas apresentam qualidades específicas e, sabendo quais são elas, você já tem um bom direcionamento sobre o que aquele rótulo pode entregar em termos de perfil aromático, sabores, intensidade e corpo.
Contudo, é muito importante mencionar que o resultado final de um vinho vai depender de inúmeras características, da produção ao envase, entre elas o terroir — termos francês que não possui tradução e se refere ao conjunto das características do solo em que a uva é cultivada, assim como o clima e o trabalho humano empregado na elaboração do rótulo.
Somente para citar alguns exemplos: entendendo o perfil de diferentes uvas, você saberá que bebidas elaboradas a partir de castas como cabernet sauvignon, tannat e malbec são mais intensas, tânicas e apresentam graduação alcoólica mais elevada, enquanto que tintos pinot noir e carménère costumam ser mais leves, frutados e com baixa presença de taninos.
Conforme você se aprofundar nesse mundo, pode ter certeza que a seleção do vinho vai ficar muito mais fácil!
3. Escolha o vinho de acordo com a ocasião
Apreciar vinhos não é uma prática que se adquire rapidamente, é um longo processo a fim de educar o paladar.
Para quem é iniciante e não sabe qual vinho comprar, uma boa opção seria escolher um rótulo de acordo com a ocasião. Por exemplo: se você está organizando um almoço a céu aberto ou mesmo um piquenique, bebidas leves como brancos sem passagem por madeira, rosés frisantes e espumantes, são ideias!
Além disso, vale a pena optar por embalagens fáceis de abrir nesses espaços, como vinhos em lata, pouch ou garrafas com tampa de rosca.
Em eventos noturnos como jantares, por outro lado, vale a pena incluir uma carta mais completa de vinhos. Comece com opções leves para apreciar com aperitivos, como os espumantes; selecione uma garrafa para harmonizar com o prato principal — que vai depender muito da refeição escolhida. Para finalizar a noite, que tal oferecer um vinho de sobremesa, mais doce e licoroso?
4. Selecione o vinho indicado para a harmonização
Quando o assunto são vinhos, a harmonização é um ponto importante. Isso porque, ao escolher um exemplar que combina com o prato, o resultado é uma experiência enogastronômica de primeira! E o inverso também é verdade: optar por um rótulo que não combina com a refeição pode desagradar o paladar.
De maneira geral, peixes e frutos do mar, além das carnes brancas, são boas opções para harmonizar com vinhos brancos sauvignon blanc e chardonnay, rosés e espumantes, desde que os pratos não sejam excessivamente condimentados.
As carnes vermelhas e mais gordurosas, por outro lado, pedem tintos mais intensos (como malbec e tannat) . Sobremesas, por conta do grau de dulçor, vão bem com vinhos licorosos — como o Vinho do Porto e outras opções de vinhos fortificados.
5. Considere o clima
O clima é um fator importante na hora de escolher o vinho ideal. Isso porque, enquanto alguns rótulos mais encorpados geram uma sensação de calor no corpo e são ótimos para o inverno, outros apresentam frescor e acidez perfeitos para um dia quente na beira da piscina ou até mesmo do mar!
Nos dias mais frios, como outono e inverno, prefira rótulos intensos e com graduação alcoólica mais elevada, como tintos da uva malbec, cabernet sauvignon, tempranillo, etc. Se quiser degustar um exemplar branco, invista em opções com passagem por barrica.
Para a primavera e o verão, chega a hora de se jogar nos vinhos frescos! Espumantes, brancos e rosés leves, frutados e com acidez presente. Para quem não abre mão dos tintos, a dica é escolher aqueles com menos taninos, como um pinot noir.
6. Opte por vinhos D.O.C. e rótulos premiados
Se você não sabe por onde começar e quer ter a certeza de que vai comprar um vinho de qualidade, opte por exemplares D.O.C. (Denominação de Origem Controlada), ou procure guias como o Descorchados, além de sites renomados no nicho. pontuações elevadas nas premiações renomadas do mercado é uma boa opção.
Vinhos D.O.C (Denominação de Origem Controlada), por exemplo, são elaborados de acordo com critérios específicos de cada localidade. Para garantirem esse selo, as vinícolas passam por um processo de análise de qualidade, obedecendo as legislações da região.
O Vinho Verde, por exemplo, só pode ser produzido na Região Demarcada dos Vinhos Verdes, em Portugal, e passa pela avaliação da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV).
Outro bom direcionamento são os vinhos com pontuações concedidas por grandes especialistas do nicho e guias mundialmente reconhecidos, como Jancis Robinsons, Robert Parker, Guia Descorchados, entre outros.
De qualquer forma, aqui é importante reforçar que por mais que os selos possam ajudar, o melhor direcionamento para escolher um produto é pesquisar os rótulos em sites de avaliação como o Wine Searcher, sempre levando em consideração o seu gosto pessoal.
Afinal, de que adianta comprar um vinho premiado, que normalmente custa mais caro, se ele apresenta características que você não aprecia tanto assim?
7. Faça suas compras em estabelecimentos especializados
Independentemente se você quer saber como escolher vinho branco, tinto ou qualquer outro, na hora de comprar o rótulo, é interessante visitar estabelecimentos especializados, como adegas, e-commerces do nicho ou supermercados com grandes seleções. Dessa forma, você dispõe de um leque extenso e pode experimentá-los aos poucos.
Dica: no caso de espaços físicos, caso não haja ninguém para te ajudar e orientar na escolha, não hesite em procurar avaliações na internet que, sem dúvidas, vão te ajudar a entender melhor as nuances de cada rótulo.
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8. Experimente!
Definitivamente, a melhor forma de entender quais vinhos são ideias para você é experimentando várias opções, principalmente se você está começando. Durante esse tempo, considere também que o mundo dos vinhos é complexo e o seu paladar tende a amadurecer com o tempo.
A dica é começar por bebidas mais leves e refrescantes e, aos poucos, incluir rótulos mais intensos e complexos, conforme seu paladar evoluir. Portanto, inicie com brancos e rosés sem passagem por barrica para depois degustar exemplares mais encorpados.
No caso dos tintos, prefira aqueles com menor quantidade de taninos e baixo teor alcoólico, como vinhos das uvas pinot noir, carménère e grenache. Aos poucos, deguste exemplares de média intensidade, como um cabernet sauvignon ou um merlot, para então selecionar bebidas mais intensas, como um malbec, syrah e primitivo.
Para os espumantes, se você prefere bebidas mais doces, comece por rótulos demi-sec e, aos poucos, experimente exemplares brut e extra brut.
Em todo caso, você também pode selecionar vinhos com intensidades diferentes, para entender qual é o seu favorito. Isso também vai facilitar a compreensão sobre o corpo do líquido.
Dicas finais
Agora que você já sabe alguns dos principais direcionamentos sobre como escolher o vinho ideal, também vale a pena atentar-se a algumas outras questões.
Normalmente, seja para iniciantes ou apreciadores mais experientes, há opções que agradam a maioria dos paladares. São os vinhos mais leves e menos intensos, com aromas frutados e com taninos mais agradáveis. E se você está inseguro na escolha, optar por vinhos “intermediários” é o melhor caminho.
Após a compra, verifique o estado do produto recebido, para avaliar se ele está nas condições ideais para consumo. O vinho é uma bebida delicada e precisa ser armazenada e enviada com alguns cuidados essenciais.
Antes de mais nada, verifique a situação da garrafa. Se ela estiver rachada, a bebida pode vazar e, além disso, entrar em contato com ar, o que incita sua oxidação, tornando-a imprópria para consumo.
A situação da rolha também é importante! De maneira geral, o ideal é armazenar os vinhos deitados, para que o líquido permaneça em contato constante com ela, evitando o ressecamento — que também possibilita a passagem de ar e incita a oxidação.
No caso dos vinhos espumantes, é necessário armazenar a garrafa em pé, para que a rolha não fique umedecida, fazendo com que a bebida perca seu perlage.
Momento da compra
Hoje em dia, surgiram novas plataformas de vendas de vinhos. Além dos espaços físicos, como adegas e seções de supermercados, comércios virtuais são alternativas para a compra das bebidas.
Em todo caso, leia sempre o rótulo do produto, porque eles contemplam informações diversas, como uvas utilizadas na elaboração do vinho, perfil aromático, graduação alcoólica, região produtora, tempo de guarda, entre outros aspectos.
Além disso, confira avaliações da bebida e pesquise a safra do exemplar. E se estiver na dúvida, opte por produtos de países reconhecidos, como Chile, Argentina e Portugal.
Se mesmo depois de ler esse conteúdo você ainda está se perguntando qual o melhor vinho, saiba que a resposta é: depende! Das suas preferências, da ocasião e até mesmo da época do ano. Por isso, não tenha medo de explorar e se aventurar comprando novos rótulos.
A loja virtual do Divvino oferece muitas opções de vinhos nacionais e importados, o que pode facilitar no momento da escolha do melhor vinho para presentear. Acesse o site e conheça as opções!
Flávia
Sommelier internacional pela FISAR/UCS, pós-graduada em Marketing e Negócios do Vinho pela ESPM. Há 10 anos atuando no mercado e através de diversos canais de mídia especializados no mundo do vinho. Propago conhecimento para enófilos e amantes da bebida. Falar sobre vinhos é um prazer!