Dia Mundial do Café: um guia completo sobre a bebida!
No dia 14 de abril, comemora-se o Dia Mundial do Café. Com isso em mente, preparamos este conteúdo especial com informações que todo o amante dessa bebida estimulante à base de cafeína precisa saber. Para conferir, continue a leitura!
O consumo e produção do café no Brasil
Não é nenhuma novidade que o Brasil é uma das maiores referências quando o assunto é produção e consumo de café. Mas como essa afirmação se traduz em dados?
De acordo com os Indicadores da Indústria de Café 2020 da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), o consumo do grão chegou a 21,2 milhões de sacas no em 2020. Além disso, um grande destaque do nicho foi o crescimento de micro e pequenas empresas, que representam a maior fatia de produtores no território brasileiro (82%).
E não é apenas nos cafezais que os grãos brasileiros têm destaque. Ainda segundo dados da ABIC, o brasileiro é o segundo maior consumidor do grão no mundo. Ademais, nosso país foi considerado o maior mercado mundial de café como bebida quente, conforme pesquisa realizada pela Euromonitor em 2019.
Por mais que o café em pó ainda seja o mais consumido e comercializado nas terras brasileiras, a venda do produto em grãos cresceu mais de 10% em 2020. Já em termos de produção, as duas principais espécies cultivadas são a Coffea arabica e a Coffea canephora, também conhecidas como arábica e robusta.
Arábica x Robusta: principais diferenças
Os grãos arábica e robusta são as espécies mais populares e cultivadas nos cafezais brasileiros. Ambos os cafeeiros têm sua origem na África; a arábica, mais especificamente, na Etiópia, e a robusta, no Congo.
E por que é interessante conhecer as diferenças entre esses tipos de grãos? De forma bastante simplificada, cada espécie permite a elaboração de cafés com características distintas entre si e são melhor cultivados em solos e áreas determinadas, de acordo com o terroir da região.
O café arábica possui mais açúcares naturais e, por esse motivo, gera cafés com sabor mais adocicado e suave no paladar. Além disso, as bebidas produzidas com esse tipo de grão tendem a apresentar maior complexidade aromática, com notas marcadamente frutadas e acidez presente.
A espécie se desenvolve melhor em regiões de clima ameno e altitudes elevadas e, por isso, é a mais cultivada em áreas como Alta Mogiana, no estado de São Paulo.
Por outro lado, o grão robusta é ideal para quem aprecia cafés intensos. Seu sabor é mais amargo e marcante e, além disso, conta com o dobro de concentração de cafeína do que a arábica. A espécie é mais resistente e cresce em menos tempo, o que facilita o cultivo.
Tipos de torra do café
Além dos grãos utilizados, o tipo de torra é determinante no resultado do produto final. De forma resumida, o processo de torrefação confere ao café sua cor, além de incitar transformações químicas e físicas que fazem com que o grão tenha aromas, sabores e amargor específicos.
São três os tipos de torras: clara, média e escura. Elas são caracterizadas de tal forma conforme as temperaturas utilizadas durante o processo de torrefação e, à medida que esse valor aumenta, mais escuro o grão fica.
Torra clara
A torra clara utiliza temperaturas baixas durante o processo de torrefação, o que faz com que o café tenha sabor mais suave e seja menos encorpado. Além disso, as bebidas apresentam acidez alta e amargor baixo.
Torra média
A torra média é utilizada a fim de equilibrar as características do café, mantendo, como o nome sugere, os níveis de amargor, acidez, corpo e aromas medianos. As tonalidades dos grãos podem variar entre o marrom e o vermelho.
Quanto ao sabor do café de torra média, ele é mais rústico e persistente no paladar. Esse tipo de produto é ideal para quem faz o preparo da bebida com filtros de papel e coadores de pano.
Torra escura
A torra escura é aquela que gera um café mais forte, encorpado e amargo. A coloração dos grãos é mais escura e amarronzada, e a bebida apresenta acidez menor. É o tipo de produto ideal para quem gosta de sabores intensos e alta complexidade aromática.
No entanto, é preciso ter cuidado durante a torrefação que objetiva a torra escura, já que essa pode acabar queimando os grãos.
Principais regiões de plantio no Brasil
Agora que você já sabe os principais grãos e tipos de torra do café, confira as regiões de maior destaque no território nacional em termos de produção.
São Paulo
O estado de São Paulo conta com culturas cafeeiras muito tradicionais, algumas delas com mais de 200 anos de história. Mogiana e Alta Mogiana, por exemplo, possuem um excelente terroir para o cultivo do grão arábica.
Minas Gerais
O sul de Minas Gerais é a maior região produtora de café do Brasil, além de representar 70% da cultura cafeeira do estado. No cerrado, mais especificamente no triângulo mineiro, encontra-se a primeira Denominação de Origem para café oficializada no território brasileiro.
Além disso, a região de Matas de Minas é conhecida pela produção de cafés especiais com o grão arábica. O produto é exportado principalmente para países da Europa e da América do Norte.
Paraná
O Paraná deu início à sua cultura cafeeira na década de 1950 e, desde então, inúmeras associações e cooperativas foram criadas a fim de certificar a qualidade dos grãos paranaenses. Esse processo garantiu grande reconhecimento para o estado dentro do mercado nacional e mundial.
Espírito Santo
O Espírito Santo representa 22% da safra brasileira, segundo dados do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper). Ambos os grãos — arábica e robusta — são amplamente cultivados em todo o estado, apresentando variações em seus terroirs e tecnologias aplicadas.
Bahia
A Bahia tem destaque na cultura cafeeira do Brasil por conta dos grãos produzidos para cafés especiais, com acidez cítrica, paladar aveludado e adocicado. O grão mais popular é o arábica.
Rio de Janeiro
O Rio de Janeiro produz cafés especiais mudialemente reconhecidos. Os grãos ali cultivados são aromáticos e intensos, gerando bebidas encorpadas e com sabor diferenciado.
Conhecer as particularidades do café e sua produção é essencial para os amantes da bebida que desejam investir em produtos de qualidade e experimentar novas formas de degustar a bebida estimulante.
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Flávia
Sommelier internacional pela FISAR/UCS, pós-graduada em Marketing e Negócios do Vinho pela ESPM. Há 10 anos atuando no mercado e através de diversos canais de mídia especializados no mundo do vinho. Propago conhecimento para enófilos e amantes da bebida. Falar sobre vinhos é um prazer!