Conheça a potência do mercado de vinhos chilenos
Vinhos chilenos fazem sucesso no mundo todo. No Brasil, não é diferente: a participação do Chile no mercado brasileiro é de 44,29%. Uma liderança, inclusive, de mais de duas décadas.
O brasileiro se acostumou a tomar vinhos dos vizinhos sul-americanos. Junto à Argentina e, em uma parcela menor, Uruguai, o Chile sempre foi referência aos apreciadores do país. Afinal de contas, é só dar uma passadinha nas prateleiras das adegas para notar a variedade de rótulos chilenos disponíveis em território nacional.
O vinho tem grande peso na economia chilena. Para entender toda essa representatividade vitivinícola, continue a leitura!
Consumo
No Brasil, é comum ter a cerveja como bebida principal em festas, casamentos, formaturas e celebrações informais. No Chile, é o vinho o responsável pelo “destaque” nessas ocasiões.
De acordo com a Statista, a expectativa é que em 2023 o consumo per capita de vinhos no Chile chegue aos 10.64 litros por ano. Pode parecer pouco, mas se comparado aos cerca de dois litros por pessoa do brasileiro, é um número considerável.
Chilenos bebem quase nove vezes mais vinhos que brasileiros por ano.
Isso é resultado de uma cultura existente desde o século XVI, fortalecida pela colonização europeia. Regiões como Coquimbo, Aconcagua, Vale Central e Colchagua são responsáveis por todo esse sucesso de vinhos, que têm em seus vinhedos as principais uvas do mundo, como carménère, merlot, syrah, sauvignon blanc, chardonnay, carignan, cabernet franc, entre outras.
Produção e exportação do vinho chileno
Quarto maior exportador de vinhos no mundo, na frente de produtores tradicionais como Austrália, África do Sul, Estados Unidos, Alemanha, Portugal e Argentina, a indústria de produção do país cresce a cada ano.
Vinícola da capital Santiago, no Chile.
Em 2023, o mercado do país somou 2.1 bilhões de euros em faturamento. Em termos de exportação, vinhos chilenos das uvas cabernet sauvignon, merlot e carménère chamam a atenção de países dos quatro cantos do mundo, devido à sua qualidade e custo-benefício.
Diante desse cenário, a expectativa é que o mercado chileno cresça 2,84% anualmente até 2028, ainda segundo a Statista. Em 2022, o principal destino das exportações de vinhos foi a China, seguido pelo Reino Unido.
Além disso, o Chile é o principal exportador do mercado brasileiro. Em 2022, mais de 40% dos rótulos importados foram chilenos.
Reconhecimento internacional
O Chile tem grande notoriedade internacional no setor, e isso pode ser provado pelas inúmeras premiações que vinícolas e rótulos ganham fora do país de origem.
Para se ter uma ideia, em 2022, 889 vinhos chilenos receberam pontuações acima de 90 de Tim Atkin. Dentre eles, 124 pontuaram acima de 95. No Decanter World Wine Awards de 2023, o Chile conquistou 13 medalhas de ouro, 109 de prata e 278 de bronze.
E não para por aí: 5 empresas chilenas figuram no Top 50 na lista das marcas de vinho mais admiradas do mundo, publicada pela Drinks International, em 2022.
Ano após ano, o Chile é reconhecido por seus vinhos em diversas premiações mundialmente reconhecidas.
Fatores do sucesso
Obviamente, muito do sucesso dos rótulos chilenos está no marketing e em como essa imagem é vendida. Na Europa, por exemplo, as bebidas do país são mais baratas se comparadas a de vizinhos europeus. O preço baixo pode ser um bom gatilho, mas ele não está sozinho.
Outro fator que impulsiona o sucesso no exterior são as visitas guiadas nas vinícolas, que já viraram uma das principais procuras pelo turismo do país. Pessoas do mundo todo viajam para conhecer todos os locais de produção e degustar os melhores vinhos chilenos.
Vinhedo de Aconcagua, localizado próximo à Cordilheira dos Andes.
Vinícolas chilenas para conhecer
Após um panorama sobre a potência do mercado chileno de vinhos, que tal conhecer algumas das vinícolas mais renomadas do país? Confira a seguir!
La Junta
Marcada por uma tradição familiar, a Viña La Junta foi fundada em 2011 e desde então elabora excelentes vinhos na região do Vale do Curicó e no Vale do Maule. O líder da equipe enológica, Ricardo Perez-Cruz, tem mais de 15 anos de experiência em vinificação e é uma referência quando o assunto é vinho de qualidade.
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Concha y Toro
Presente em mais de 140 países, a Concha y Toro é uma referência mundial de vinhos de qualidade. Fundada em 1883, a empresa familiar está há mais de um século transmitindo sua paixão por vinhos de geração a geração.
Desde 2016, a Drinks International reconhece a Concha y Toro como a marca de vinhos mais admirada em toda a América Latina. Em 2020, o Don Melchor 2018 foi concedido com 100 pontos por James Suckling, figurando entre os cabernets sauvignons high-end mais importantes do mundo.
Viña Pedregal
A Viña Pedregal foi fundada em 1825. Com mais de 200 de história, a vinícola foi uma das precursoras na incorporação de cepas francesas no Chile, entre elas cabernet sauvignon e merlot.
Os vinhedos localizam-se na região de Loncomilla, no Vale do Maule. Os rótulos produzidos pela empresa são exportados para mais de 50 países ao redor do mundo.
Além disso, a sustentabilidade é um pilar essencial da produção na Viña Pedregal. A empresa possui um código de ética e conduta, certificação IFS, certificação vegana e uma política de sustentabilidade bem estabelecida. A marca também investe na produção de garrafas eco, para reduzir as emissões de gases do efeito estufa, e realiza o manejo de resíduos líquidos e sólidos.
O Chile é, definitivamente, um dos países mais importantes na produção e divulgação de vinhos no mundo.
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Flávia
Sommelier internacional pela FISAR/UCS, pós-graduada em Marketing e Negócios do Vinho pela ESPM. Há 10 anos atuando no mercado e através de diversos canais de mídia especializados no mundo do vinho. Propago conhecimento para enófilos e amantes da bebida. Falar sobre vinhos é um prazer!
