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Produção De Vinho No Mundo: Conheça Novas Regiões Vinícolas

Produção de vinho no mundo: conheça novas regiões vinícolas

Quando o assunto é a produção de vinho no mundo, regiões tradicionais como França, Itália e Espanha têm sido referências no mercado há séculos. No entanto, novas localidades estão emergindo e ganhando visibilidade no cenário, como Bulgária, Romênia, Inglaterra, México e Peru.

Neste post, vamos explorar o crescimento da produção vitícola nessas novas regiões. Boa leitura!

A produção de vinho no mundo

É verdade que alguns países dominam o mercado de vinhos, devido à tradição e qualidade dos rótulos produzidos, como França, Itália, Espanha, Estados Unidos, Nova Zelândia, África do Sul, entre outros.

Porém, com o aumento da temperatura do planeta devido ao aquecimento global, novas regiões têm estudado as possibilidades de cultivar uvas Vitis vinifera, além de investirem em castas autóctones (nativas) — em geral mais resilientes e capazes de sobreviver às intempéries.

Essas novas regiões produtoras surgem como uma possível solução para auxiliar o mercado em um cenário de incertezas, diante da crise climática. Isso porque, as temperaturas elevadas estão fazendo com que algumas áreas se tornem impróprias para a viticultura.

Novas regiões produtoras

Como mencionado, dentre as regiões que estão ganhando visibilidade na produção de vinhos estão Bulgária, Romênia, Inglaterra, México e Peru. Algumas delas, inclusive, elaboram a bebida há milhares de anos, mas enfrentaram problemas com a qualidade dos rótulos ou adversidades como a filoxera em algum momento. 

A seguir, você confere mais detalhes sobre a produção vinícola dos países elencados.

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Bulgária

A produção vinícola na Bulgária remonta aos tempos dos trácios. No entanto, o país do Leste Europeu sofreu com a queda no volume e qualidade de seus vinhos durante o regime comuinista, perdendo espaço no mercado internacional.

O país está resgatando a tradição e atraindo olhares de enólogos e enófilos. Embora ainda não possuam um estilo clássico de vinho búlgaro, contam com a casta autóctone emblemática melnik. A Bulgária também elabora tintos encorpados e aromáticos com uvas como cabernet sauvignon e merlot. Além disso, cultiva castas brancas como chardonnay, riesling e variedades de moscato.

Atualmente, conta com duas indicações geográficas (I.G.P.): Terras Baixas da Trácia, incluindo o Vale do Struma e a parte sul da região do Mar Negro, e As planícies do Danúbio, incluindo a parte norte da região do Mar Negro.

Romênia

A Romênia é outro exemplo de país que possui uma história milenar em termos de produção de vinho. Inclusive, evidências arqueológicas apontam que a viticultura da região tem quase seis mil anos!

O país está investindo no resgate de variedades autóctones, mais resistentes às condições climáticas do país, além de castas Vitis vinifera. As principais uvas cultivadas no território romeno são as nativas feteasca neagra e feteasca alba, além de cabernet sauvignon, pinot noir, merlot, pinot gris, sauvignon blanc, moscato e gewürztraminer.

Atualmente, os vinhos da Romênia são divididos em três categorias: vinhos de mesa, Indicação Geográfica Protegida (I.G.P.) e Denominação de Origem Controlada (D.O.C.). 

Inglaterra

A Inglaterra não é o primeiro país que vem à mente quando se pensa em vinho, mas nos últimos anos, os vinhos ingleses têm ganhado reconhecimento e prestígio em premiações ao redor do mundo. O clima temperado do país, influenciado pelas mudanças climáticas, tornou-se favorável para a viticultura, em especial para a elaboração de espumantes.

Regiões como Sussex, Kent e Hampshire já são destaque na produção de espumantes elegantes, com a utilização de uvas como chardonnay, pinot noir e pinot meunier — uvas clássicas utilizadas na elaboração do Champagne.

Inclusive, os vinhos espumantes ingleses são produzidos a partir do método tradicional, no qual a segunda fermentação ocorre em garrafas armazenadas em caves subterrâneas.

Além da produção de espumantes, que é o foco central do país, a Inglaterra produz vinhos rosés, brancos e tintos tranquilos.

Produção de vinhos na Inglaterra

Vinhedos em Kent, na Inglaterra.

Peru

Embora as castas cultivadas no território peruano sejam majoritariamente utilizadas na produção de Pisco, aguardente tradicional do país, essas uvas pisqueiras também geram vinhos.

Inclusive, uma curiosidade interessante sobre os vinhos do Peru é que um dos melhores restaurantes do mundo oferece um rótulo produzido a partir de uvas “pisqueras”, sendo o rótulo elaborado por uma enóloga brasileira de apenas 27 anos de idade, Pietra Possamai.

O clima quente da região também permite o cultivo de castas para a produção de vinhos, entre elas grenache, alicante bouschet, cabernet sauvignon, malbec, torrontés (torontel) e sauvignon blanc.

México

O México é mais conhecido por sua tequila e mezcal, mas tem emergido como um destino promissor para a produção de vinhos de qualidade. Regiões como Valle de Guadalupe, na Península da Baja California, têm surpreendido os entusiastas com seus exemplares cheios de personalidade.

A tradição vinícola do país teve início após a chegada dos espanhóis no território, ainda no século 16. Atualmente, uvas como cabernet sauvignon, merlot, zinfandel, chenin blanc, sémillon e chardonnay são cultivadas para a elaboração de brancos, tintos e rosés. A região de Baja California concentra 80% da produção de vinhos mexicanos.

Como vimos, a produção de vinho no mundo está em constante expansão, e novas regiões estão atraindo os olhares de enólogos e entusiastas ao redor do mundo. Para isso, essas áreas têm investido em pesquisas e tecnologia a fim de alcançar vinhos de alta qualidade e expressividade. Com uvas autóctones e internacionais, elas estão encantando o mercado com sabores únicos e diferentes.

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Flávia

Sommelier internacional pela FISAR/UCS, pós-graduada em Marketing e Negócios do Vinho pela ESPM. Há 10 anos atuando no mercado e através de diversos canais de mídia especializados no mundo do vinho. Propago conhecimento para enófilos e amantes da bebida. Falar sobre vinhos é um prazer!

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