Tipos de rolha: conheça as principais e suas diferenças
A conservação do vinho é parte importante da sua produção. Se não for fechada com o tipo de rolha certo, a bebida pode acabar sofrendo alterações e resultar em algo diferente do esperado.
Entre os tipos de vedação que uma garrafa de vinho pode ter, destacam-se seis. Para compreender suas principais características, leia nosso conteúdo até o fim!
Rolha de cortiça tradicional
Como o nome indica, esse tipo de rolha é feito de cortiça maciça. Esse material é extraído da casca do sobreiro, uma árvore da família dos carvalhos muito comum no Sul da Europa (especialmente em Portugal).
Curiosidade: a cortiça pode ser extraída sem que o sobreiro seja prejudicado, pois essa camada se renova na árvore a cada nove anos.
As rolhas de cortiça tradicional são comumente encontradas em vinhos com grande potencial de guarda, pois conseguem vedar bem a garrafa sem que a bebida seja prejudicada.
Além disso, também permitem a micro-oxigenação, ou seja, a passagem de algumas partículas de oxigênio. A longo prazo, esse fator influencia positivamente o vinho, que envelhece de maneira mais saudável.
Por essa questão, é essencial que esses rótulos sejam armazenados deitados. Assim, o vinho fica em contato direto com a rolha e evita a entrada de excesso de ar, que pode acelerar o processo de oxidação da bebida.
Rolha de cortiça aglomerada
Assim como no item anterior, as rolhas aglomeradas também são feitas de cortiça. Porém, não se tratam do material maciço, e sim dos restos de casca do sobreiro prensados e esculpidos hidraulicamente.
Esse tipo de rolha é mais utilizado em vinhos para consumo jovem. Isso porque permitem uma maior passagem de ar quando comparadas às maciças, e se utilizadas em bebidas para guarda, poderiam ocasionar uma oxidação rápida.
Para armazenar vinhos selados dessa maneira, também é recomendado deixá-los deitados.
Screw cap
Conhecidos popularmente como rosca, trata-se de um tipo de rolha feito de alumínio ou estanho. É similar a uma tampa de garrafa pet, e para abri-lo, basta desrosquear, dispensando o uso de um abridor.
Para que o vinho não sofra influência do metal, a parte interior do screw cap (que pode entrar em contato com a bebida) é revestida de um anel de vedação feito de polímero de etileno. Além de ser um material neutro, é permitido na indústria alimentícia.
Como o alumínio não permite a passagem de ar, ele impede que o vinho se desenvolva com o tempo, e é recomendado para a vedação de bebidas para consumo jovem. Entretanto, não é necessário que se guarde a garrafa deitada.
Muitas vinícolas de países do Novo Mundo optam pelo screw cap por se tratar de uma técnica barata, uma vez que a cortiça é um produto europeu e de custo elevado. Na Austrália e Nova Zelândia, já é utilizado em mais de 90% das garrafas.
Rolha sintética
Durante o início do século 20, observou-se que alguns vinhos fechados com rolhas naturais desenvolviam um aroma desagradável, similar ao cheiro de mofo ou papelão molhado.
Isso ocorre graças a uma reação entre um tipo de fungo que era gerado pela cortiça, em contato com os clorofenóis da bebida. Segundo a Associação Portuguesa da Cortiça (Apcor), esse problema acomete uma quantidade muito pequena de vinhos (cerca de 1,2%).
As rolhas sintéticas são feitas de plástico, e imitam a aparência e o barulho da garrafa ao ser aberto. A passagem de oxigênio não ocorre, por isso são indicadas apenas para rótulos para consumo jovem, e não é preciso guardar as bebidas deitadas.
Uma das grandes desvantagens desse método é que não se trata de algo reciclável e nem biodegradável, como os demais tipos de rolha.
Rolha de espumantes
Conhecida como “stopper”, é feita de uma mistura de rolhas: a parte de baixo é de cortiça maciça para impedir a passagem de oxigênio, e a de cima é aglomerada.
Seu formato também é levemente diferente, similar ao de um cogumelo. Acredita-se que tenha sido criado por um monge chamado Dom Pérignon, durante o século 17, para conservar melhor as características dos espumantes.
Rolha de Vinho do Porto
São divididas em duas partes: a inferior é moldada em cortiça para impedir a passagem de ar; já a parte de cima é feita de outro material, geralmente madeira, para facilitar o manuseio.
A grande razão para isso é que os vinhos fortificados, como o Vinho do Porto, são mais alcoólicos, e dificilmente uma garrafa inteira é desfrutada de uma vez só. Com essa parte de madeira, fica mais fácil tampar e destampar a bebida para consumir durante um intervalo maior de tempo.
Para ser um bom conhecedor de vinhos, é essencial conhecer os tipos de rolha. A partir da observação desse elemento, você pode identificar o intuito do enólogo ao envasar a bebida.
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Flávia
Sommelier internacional pela FISAR/UCS, pós-graduada em Marketing e Negócios do Vinho pela ESPM. Há 10 anos atuando no mercado e através de diversos canais de mídia especializados no mundo do vinho. Propago conhecimento para enófilos e amantes da bebida. Falar sobre vinhos é um prazer!