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Vinhos Do Novo Mundo: O Que São E Quais As Características

Vinhos do Novo Mundo: o que são e quais as características

Embora a história dos vinhos tenha começado pelos povos primitivos da Europa e da Ásia, após a era das grandes navegações, as videiras foram levadas às Américas, Austrália e ao sul da África, proporcionando novas alternativas à produção.

Hoje, os países desses continentes são conhecidos como produtores de vinhos do Novo Mundo. Embora não tenham tanta tradição quanto o Velho Mundo, a região tem se destacado mundialmente e produzido ótimos rótulos.

Continue a leitura até o fim para saber mais sobre a história desses vinhos e suas principais características!

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Afinal, o que é Novo Mundo?

A primeira vez que o termo foi utilizado foi logo no início do século 16, durante a era das grandes navegações. À época, o navegador italiano Amerigo Vespucci chamou de “Novo Mundo” as Américas, que haviam acabado de ser descobertas. 

Isso mudou completamente a concepção de “mundo”, já que, para as civilizações europeias, todo o território terrestre era resumido à Europa, África e Ásia.

O mesmo conceito se aplicou anos depois com relação à produção de vinhos. A divisão entre Velho Mundo e Novo Mundo do vinho fazia referência ao fato da expansão vitivinícola, que começou nos continentes antigos.

A primeira publicação que trouxe a divisão dos países produtores foi o The World Atlas of Wine, de 1971. O livro, idealizado por Hugh Johnson, permanece até hoje como referência para a enologia e já está em sua oitava edição.

Desde então, chamamos de vinhos do Novo Mundo todos aqueles produzidos nas Américas, no sul da África, no sudeste da Ásia e na Oceania. Alguns dos países mais notáveis são África do Sul, Argentina, Austrália, Brasil, Chile, Estados Unidos e Nova Zelândia.

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Vinícolas da Argentina, um dos principais países produtores de vinhos do Novo Mundo.

Mais recentemente, alguns profissionais também têm utilizado a nomenclatura Novíssimo Mundo em referência a vinhos produzidos na Oceania e no sudeste da Ásia, entretanto, o termo ainda é pouco difundido.

História dos vinhos do Novo Mundo

A vinificação no Novo Mundo se iniciou no continente americano, quando ainda era recém-descoberto. As primeiras uvas viníferas foram trazidas às Américas nos séculos 15 e 16. Já na África do Sul, foram introduzidas no século 17.

À época, o intuito era identificar nos territórios recém-descobertos algum potencial que pudesse ser escalável. 

A praga filoxera

Um fato que foi determinante para o desenvolvimento da vinicultura no Novo Mundo foi a filoxera, uma praga causada por uma espécie de pulgão que dizimou vinhas do continente europeu no século 19.

Acredita-se que os insetos foram levados por meio de plantas trazidas das Américas à Europa, e se espalharam por não terem predador ou condições naturais que parassem seu desenvolvimento.

Por atacar diretamente as raízes, a filoxera tornava as plantas improdutivas. Até o início do século 19, a praga havia dizimado mais de 70% das vinícolas francesas, além de vinhas de outros países europeus, ameaçando espécies de uvas de extinção.

Uma das soluções pensadas por produtores para evitar que vinhas se extinguissem foi exportá-las para o Novo Mundo. Assim, elas poderiam ser mantidas nessas regiões e, quando a praga fosse vencida, trazidas de volta – o que realmente aconteceu.

Graças a essa medida, muitas uvas acabaram se desenvolvendo até melhor nos novos continentes. Na América, por exemplo, podemos citar a Malbec na Argentina, a Tannat no Uruguai, a Carménère no Chile e a Zinfandel nos Estados Unidos. 

Terroir dos Vinhos do Novo Mundo

Quando um vinho é produzido, há quatro fatores que influenciam muito em seu resultado final: geologia, tipo de uva, clima e trabalho humano empregado. Esses fatores juntos formam o que é conhecido como terroir.

O Novo Mundo é conhecido por ter regiões mais tropicais, em que o solo e a maior incidência de sol fazem com que os frutos desenvolvam mais açúcares, dando origem a vinhos mais frutados e menos rústicos. Por consequência, também costumam ser mais alcoólicos. 

Por serem locais em que a vinicultura é recente, não há tantas tradições, e os produtores utilizam com mais frequência tecnologias e técnicas de vinificação modernas. Consequentemente, o número de denominações de origem acaba sendo menor, e as regiões vinícolas ganham mais evidência.

vinhos novo mundo Terroir dos Vinhos do Novo Mundo

Nas vinícolas do Novo Mundo, foram incluídas novas tecnologias de plantio e manejo.

Rótulos do Novo Mundo

Enquanto nos rótulos do Velho Mundo são evidenciadas as denominações de origem, os do Novo Mundo costumam dar um maior destaque à uva e à região em que aquele vinho foi produzido.

Para exemplificar, utilizamos como amostra o exemplar chileno Cantoalba Classic Carménère. Analisamos a etiqueta de cima a baixo, com uma breve explicação sobre o que significa cada uma das informações:

vinhos novo mundo rótulo

A primeira informação que vemos evidenciada no rótulo é o nome do vinho, ou seja, Cantoalba. Isso não é a mesma coisa que a vinícola ou a uva, mas um termo escolhido pelos produtores para definir a bebida.

Seguindo para a informação 2, temos a palavra Classic. Nesta bebida em específico, trata-se de uma classificação, já que os vinhos Cantoalba têm diferentes linhas.

Já o número 3 traz a palavra Carménère, o nome da uva utilizada para a produção da bebida. Enquanto nos rótulos do Velho Mundo essa informação não costuma aparecer, nos do Novo Mundo ela é bem comum.

As informações 4 e 5 estão lado a lado, e trazem o volume da garrafa (750 ml) e a graduação alcoólica (14%). Logo abaixo, no número 6, vemos a região em que o vinho foi produzido: Valle Central, Chile. Por fim, a informação 7 diz respeito à vinícola

Com poucos séculos de existência e desenvolvimento, os vinhos do Novo Mundo  têm ganhado cada dia mais notoriedade, apresentando novas tecnologias ao cultivo e à produção e imprimindo seu terroir marcante.

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Flávia

Sommelier internacional pela FISAR/UCS, pós-graduada em Marketing e Negócios do Vinho pela ESPM. Há 10 anos atuando no mercado e através de diversos canais de mídia especializados no mundo do vinho. Propago conhecimento para enófilos e amantes da bebida. Falar sobre vinhos é um prazer!

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