Tudo o que você precisa saber sobre vinhos Supertoscanos
Por muito tempo considerados fora da lei, os vinhos Supertoscanos surgiram em um período tumultuado da viticultura italiana e rapidamente demonstraram seu potencial e qualidade. Hoje, safra após safra, os exemplares da categoria figuram entre os melhores do país.
Neste post, vamos explicar o que são os Supertoscanos, como eles surgiram, principais características, além de dicas de harmonização e opções disponíveis no divvino.com.br. Boa leitura!
O que são vinhos Supertoscanos?
Os Supertoscanos são rótulos produzidos em Chianti, na região italiana da Toscana, a partir de técnicas de vinificação que não seguem as legislações das duas principais denominações de origem locais, Denominazione di Origine Controllata (D.O.C.) e Denominazione di Origine Controllata e Garantita (D.O.C.G).
Quando pensamos no significado dos Supertoscanos, a grande diferença está nas castas e métodos de vinificação utilizados. No caso desses exemplares, os vinhos podem ser elaborados com uvas internacionais, principalmente francesas, mas também com castas autóctones.
Além disso, passam por envelhecimento em carvalho francês, enquanto os tradicionais Chiantis evoluíam em tanques de concreto.
Os Supertoscanos são produzidos em Chianti, mas podem levar castas estrangeiras, como cabernet sauvignon e merlot.
Como eles surgiram?
A história dos Supertoscanos tem início entre as décadas de 1960 e 1970. Na época, produtores locais estavam insatisfeitos com as legislações das D.O.C e D.OC.G., que permitiam apenas a produção de vinhos Chianti com castas autóctones, isso é, nativas da região, como a sangiovese, a canaiolo e a malvasia.
Após a Segunda Guerra Mundial, a produção de Chiantis foi muito prejudicada e as bebidas passaram a ser consideradas de baixa qualidade. No entanto, as restrições das denominações de origem foram mantidas, o que gerou insatisfação por parte dos produtores.
Como resposta, alguns enólogos optaram por cultivar uvas internacionais, como cabernet sauvignon e merlot, para elaborar vinhos de corte. Esses exemplares, considerados foras da lei, ficaram conhecidos como os Supertoscanos.
O primeiro Supertoscano foi produzido em 1968. Tratava-se de um blend das uvas cabernet sauvignon e cabernet franc, chamado Sassicaia. Contudo, o primeiro rótulo comercializado foi elaborado pela família Antinori, levando o nome de Tignanello. A bebida era um corte das castas sangiovese, cabernet sauvignon e cabernet franc.
Importante mencionar ainda que, naquele momento, por não cumprirem as legislações regionais, os Supertoscanos não foram bem recebidos pelo governo italiano e eram classificados como Vinos di Tavola (vinhos de mesa considerados inferiores), embora já demonstrassem sua qualidade superior. Isso fez com que as garrafas fossem vendidas a preços baixos.
No entanto, os vinhos Supertoscanos foram rapidamente reconhecidos pela crítica especializada. Uma década após a criação do primeiro rótulo, a revista Decanter premiou um Sassicaia cabernet sauvignon. Pouco tempo depois, Robert Parker deu 100 pontos para um Sassicaia da safra de 1985.
Em 1992, o governo italiano criou a Indicazione Geografica Tipica (I.G.T.), reconhecendo as técnicas utilizadas na elaboração dos então famosos Supertoscanos.
Os Supertoscanos foram rapidamente reconhecidos por sua alta qualidade.
Características dos Supertoscanos
Os Supertoscanos são vinhos complexos e elegantes, de coloração intensa e profunda, com aromas concentrados de frutas maduras, especiarias, baunilha e madeira. No paladar, apresentam boa estrutura, taninos redondos e acidez equilibrada.
Dicas de harmonização
Os Supertoscanos são bastante versáteis em termos de harmonização. Algumas boas opções são pratos da culinária italiana, como massa ao molho de tomate e pizza margherita. Além deles, aposte em carnes vermelhas, queijos de pasta dura, cordeiro assado, churrasco e pimentão recheado.
Vinhos Supertoscanos no Divvino
Agora que você sabe o que são os Supertoscanos, confira as opções disponíveis no divvino.com.br e eleve as suas experiências enogastronômicas para um novo patamar.
Vinho Castello Romitório Metafisica Bianco Toscano I.G.T.
Elaborado com a safra 2021, este é um vinho de corte que leva 50% chardonnay e 50% trebbiano procanico. Durante nove meses, o líquido permanece em contato com as lias, além de envelhecer em garrafa.
O resultado é um Supertoscano equilibrado, com aromas intensos de frutas cítricas e toque salino. Em boca, é fresco e possui ótima acidez.
Ideal para harmonizar com ostras ao bafo, pato recheado, brie folhado com geleia de damasco, além de tábua de queijos de massa mole. Uma curiosidade interessante deste vinho é que são produzidas apenas cerca de 500 garrafas por safra!
Vinho Tinto Castello Romitorio Toscana I.G.T.
Produzido a partir das uvas petit verdot e syrah, este Supertoscano passa por maturação em tanques de aço inoxidável, cimento, além de envelhecimento em garrafa. É um vinho intenso, encorpado, com aromas de frutas pretas e vermelhas, e toques florais.
Para a harmonização, aposte em escondidinho de carne seca, cogumelo portobello refogado, entrecôte grelhado ou charcutaria como bresaola, presunto cru e queijo parmesão.
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Flávia
Sommelier internacional pela FISAR/UCS, pós-graduada em Marketing e Negócios do Vinho pela ESPM. Há 10 anos atuando no mercado e através de diversos canais de mídia especializados no mundo do vinho. Propago conhecimento para enófilos e amantes da bebida. Falar sobre vinhos é um prazer!
