Como fazer a leitura de um rótulo de vinho? Dicas infalíveis!
Você já se deparou com um rótulo de vinho e não encontrou informações sobre a uva? Ou já viu na prateleira rótulos que simplesmente não conseguia compreendê-los? Pois é, o mundo dos vinhos é cheio de detalhes e nuances que podem dificultar a escolha de bebidas para quem está começando a explorar o nicho. Mas se você chegou neste texto e ainda não sabe como fazer a leitura de um rótulo de vinho, não precisa mais se preocupar!
A seguir, vamos mostrar como interpretar corretamente. Assim, você poderá escolher a opção ideal para as suas preferências. Boa leitura!
Rótulos de vinho: possíveis elementos
Dependendo do país de produção ou da vinícola, um rótulo de vinho pode conter muitas ou poucas informações sobre a bebida ou o conteúdo. Elencamos cada uma delas a seguir, confira!
Nome do vinho: vinícola e linha
De maneira geral, o primeiro item que nossos olhos encontram é o nome do vinho. Importante mencionar que o nome é diferente de vinícola.
O rótulo pode conter o nome do vinho, que pertence a uma linha. Um exemplo é o “Reservado”, no qual encontramos várias uvas com essa inscição. Ou ainda pode ter somente a indicação da vinícola, sem um nome designado ao vinho e sem uma linha.
Essas informações podem ajudar a entender se aquele exemplar faz parte de uma coleção específica da vinícola em questão e até facilitar a busca para quem já experimentou determinada bebida e deseja recomprá-la.
Vinícola
É comum ter o nome da vinícola, se não no rótulo, no invólucro, para que possamos saber por quem o vinho é produzido. Pode ser por uma vinícola reconhecida ou por pequenas vinícolas de renomadas regiões.
Lembrando que é obrigatório ter a informação sobre a vinícola no contrarrótulo.
Região de produção e/ou denominação de origem
A região de produção é um detalhe fundamental para entender as características do vinho. Tanto no Velho Mundo (países europeus tradicionais como França, Itália e Espanha) quanto no Novo Mundo (países como Estados Unidos, Chile, Argentina, Brasil e Austrália), cada área tem suas particularidades geográficas, climáticas e legais, resultando em exemplares únicos.
Além disso, em países do Velho Mundo, que possuem uma tradição vinícola muito consolidada, como França, Espanha, Portugal, os vinhos levam apenas a informação da região onde são produzidos. Isso porque costumam ser denominações de origem e, portanto, possuem perfis muito característicos. Alguns exemplos são Chianti, Rioja, Champagne e Chablis.
Nos países da América do Sul, por outro lado, é mais comum que haja a indicação da uva utilizada no vinho em destaque, apesar do rótulo conter o país e a região.
Uva
Os vinhos podem trazer a indicação da uva no rótulo quando possuem 75% da casta na produção. Caso apresentem menos que isso ou sejam blends (elaborados com mais de uma casta), a informação sobre as uvas pode ser colocada no contrarrótulo ou estar sinalizada apenas “blend“.
Rótulos de Bordeaux, na França, que normalmente são um blend entre cabernet franc, cabernet sauvignon e merlot, não trazem a informação sobre as uvas pelo fato da região ser reconhecia mundialmente por esse blend.
Quando a região não é de renome, muitas vezes, encontramos o nome da uva no rótulo com a denominação de origem logo abaixo. É o caso da imagem abaixo!
- Recomendado para você: 29 tipos de uvas famosas na produção de vinhos
Vinhos tintos ou brancos podem ser produzidos com mais de uma casta, como pinot noir, carménère, merlot, cabernet sauvignon, syrah, entre outras. Eles são conhecidos como blends ou assemblage.
Ao identificar a uva predominante em um vinho, você pode ter uma ideia melhor do perfil de sabor do rótulo e escolher de acordo com suas preferências pessoais.
Safra
A safra do vinho refere-se ao ano em que as uvas foram colhidas para a produção. Como as condições climáticas podem mudar de ano para ano, essa informação é bastante importante para entender a qualidade de um rótulo.
Em outras palavras, é possível que uma safra mude drasticamente de um ano para o outro, seja em rendimento ou até mesmo na qualidade dos frutos. Tudo isso impacta no resultado do vinho.
Hoje, existem safras que são mais caras que outras ou que possuem grandes pontuações.
- Leitura para enófilos: Tudo o que você precisa saber sobre safra de vinhos
Denominações de origem (D.O.)
As denominações de origem são certificações legais que indicam que um vinho foi produzido em uma determinada região, obedecendo regras e legislações daquela denominação de origem. No Velho Mundo, elas são altamente regulamentadas e confirmam que a bebida segue padrões específicos em relação a fatores como variedades de uva permitidas, métodos de produção e práticas viticulturais.
Países como a França e a Itália são famosos por suas denominações de origem, como Champagne, Bordeaux, Chianti e Rioja. No Novo Mundo, algumas denominações mundialmente reconhecidas são Napa Valley, na Califórnia, e Marlborough, na Nova Zelândia.
Além disso, existem classificações específicas que podem apontar a qualidade e o estilo do exemplar, como “Grand Cru” e “Premier Cru” na França.
Termos técnicos
Outro aspecto importante ao fazer a leitura de um rótulo de vinho são os termos técnicos utilizados. Eles podem indicar questões como o método de produção, a categoria do vinho, entre outros.
Você pode, por exemplo, encontrar selos veganos ou orgânicos. Para que haja essa informação no contrarrótulo, é necessário que a vinícola se enquadre na legislação.
Reserva, Gran Reserva
Esses termos se referem ao período de envelhecimento do vinho antes de ser lançado no mercado. No Velho Mundo, eles são amplamente utilizados para informar que possuem passagem por madeira ou outro recipiente por um determinado tempo, dependendo de cada região.
Em geral, Reserva indica o período mínimo de envelhecimento, que varia conforme cada região, enquanto Gran Reserva faz referência a um tempo de maturação mais longo.
Blend
Ao contrário de um varietal, um blend é produzido a partir da mistura de dois ou mais tipos de uva. A combinação de diferentes castas pode criar um vinho com perfis mais complexos e equilibrados. Em geral, haverá no rótulo a indicação das cepas utilizadas na elaboração do vinho em questão.
Teor alcoólico
Os vinhos possuem regulamentações para o mínimo e o máximo de álcool contido, principalmente aqueles produzidos em denominações de origem. Por isso, a graduação também tem evidência no rótulo e no contrarrótulo.
Decifrando rótulos
Por mais difícil que pareça ser, a verdade é que um rótulo de vinho pode ser entendido sem muito esforço! As informações são claras e intuitivas, basta ter atenção e conhecer um pouquinho sobre particularidades da bebida.
Confira no exemplo abaixo!
- Nome do vinho: Poggio al Casone.
- Região: Chianti (famosos vinhos italianos, produzidos na Toscana).
- 2.1 – Denominação de origem e controlada e garantida: garantia de autenticidade do rótulo da categoria.
- 2.2 – Superiore: indica o período de envelhecimento do vinho em barrica. Chiantis Superiore maturam por pelo menos 12 meses em carvalho.
- 2.3 – Safra: por meio dela, podemos compreender a qualidade das uvas utilizadas no vinho em questão, de acordo com as condições climáticas daquele ano.
- Produtor: vinícola responsável pela elaboração do vinho.
- Graduação alcoólica: neste caso, trata-se de um vinho com 12,5% de álcool.
- Volume: quantifica o volume interno da garrafa.
Saber como fazer a leitura de um rótulo de vinho é questão de prática! Com tempo e, claro, degustando exemplares variados, você será capaz de bater os olhos e identificar as características gerais da bebida de primeira.
E para garantir vinhos para já ir transformando o conhecimento em prática, acesse o divvino.com.br clicando no banner abaixo!
Flávia
Sommelier internacional pela FISAR/UCS, pós-graduada em Marketing e Negócios do Vinho pela ESPM. Há 10 anos atuando no mercado e através de diversos canais de mídia especializados no mundo do vinho. Propago conhecimento para enófilos e amantes da bebida. Falar sobre vinhos é um prazer!