Vinho faz bem à saúde? Entenda os principais mitos e verdades!
A opinião das pessoas sobre se vinho faz bem à saúde é variável. Para muitos, a bebida traz benefícios para as funções do corpo, enquanto outros acreditam que os efeitos são negativos.
Há muitas pesquisas que buscam desvendar a relação entre a bebida e o bem-estar, e a ligam a benefícios em diversas áreas da saúde, como sistemas cardiovascular, nervoso e imunológico.
Mas afinal, vinho faz bem à saúde? Continue a leitura e descubra a resposta para os principais mitos e verdades acerca da bebida!
O que há de saudável no vinho?
Afinal, porque pesquisadores estudam os benefícios do vinho à saúde? O principal ponto que fomenta discussões sobre o assunto não é a bebida em si, mas o fruto que a origina, ou seja, a uva.
Sabe-se, por exemplo, que uvas tintas, principalmente, apresentam grandes quantidades de polifenóis, como taninos, resveratrol e flavonóides, amplamente conhecidos por suas propriedades antioxidantes. Outros componentes do fruto, como o ácido tartárico e os ácidos fenólicos, são associados à redução do colesterol total.
Contudo, é importante pontuar que por mais que o vinho possa ser benéfico à saúde em alguns casos, nem todos podem consumi-lo. Pessoas com doenças hepáticas, que fazem uso de medicamento controlado ou gestantes não devem ingerir quaisquer bebidas alcoólicas.
Vinhos tintos possuem polifenóis que são considerados benéficos à saúde.
Vinho faz bem ao coração?
Existem estudos científicos que indicam que o vinho proporciona inúmeros benefícios à saúde cardiovascular, desde que consumido de forma moderada.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que o consumo moderado de álcool corresponde a uma de 10g de etanol puro, enquanto que o padrão brasileiro é de 14g. Para vinhos, o valor é equivalente a 150 mL diários.
Há, também, indicações diferentes para cada sexo. Recomenda-se que mulheres limitem o consumo a uma taça e os homens a duas. Dito isso, uma taça diária pode ter efeito positivo para quem sofre de problemas circulatórios, como varizes, infarto ou derrame.
Esse efeito é causado por um polifenol chamado resveratrol. Ele reduz o estresse oxidativo, ajuda a controlar a pressão arterial, inibe a inflamação das veias, retarda a progressão da aterosclerose e previne a agregação plaquetária.
- Leia também: Descubra a importância dos polifenóis no vinho
Além disso, o estudo espanhol Predimed (Prevenção com Dieta Mediterrânea), publicado pelo New England Journal of Medicine, que avaliou os benefícios do consumo moderado de vinho em mulheres pós-menopausa, identificou que a concentração de ácido tartárico urinário está associada a baixos níveis do colesterol total e LDL.
Essa concentração do ácido tartárico é, justamente, biomarcador da ingestão regular de vinho. Portanto, os pesquisadores responsáveis defendem a teoria de que o consumo regular e moderado da bebida está associado à melhora da saúde cardiovascular, reduzindo riscos de AVC.
O consumo moderado de vinhos junto às refeições pode reduzir o colesterol total e LDL, minimizando o risco de doenças cardiovasculares.
Vinho pode reduzir o risco de câncer?
Além de ser benéfico ao coração, o resveratrol é considerado um aliado na prevenção ao câncer. Um estudo recente mostrou que a substância pode reduzir a resistência do corpo aos medicamentos e ajudar na sua efetividade. Além disso, ele pode diminuir a multiplicação de células causadoras da doença. Isso ocorre por meio da regulação da partícula NF-kappaB.
Vinho pode ajudar o cérebro?
Segundo pesquisa, os efeitos do vinho no cérebro são muito positivos, e a bebida pode prevenir inflamações no sistema linfático quando consumida em pequenas doses (cerca de uma taça por dia).
O consumo também pode diminuir o risco de Alzheimer, doença degenerativa que ataca o cérebro, graças a suas propriedades antioxidantes.
Uma pesquisa conduzida por Caroline Nadir, do blog Dra. Uva, e outros cientistas, analisou os efeitos do consumo do suco de uva em ratos wistar e obteve resultados interessantes sobre o impacto dos polifenóis na saúde e na preservação cerebral dos roedores.
Os cientistas observaram que o consumo de ambos os tipos de suco de uva, convencional e orgânico, causou o aumento nos níveis de BDNF (fator neurotrófico derivado do cérebro) no córtex frontal.
Ainda citando a pesquisa, o BDNF modula a neuroplasticidade (capacidade do sistema nervoso se adaptar quando exposto a novas situações que exigem modulação nos níveis estruturais e funcionais), além de aumentar as proteínas responsáveis pela proliferação e manutenção dos neurônios do Sistema Nervoso Central (SNC).
Dentro desse cenário, a pesquisa concluiu que o consumo do suco de uva pode ser uma boa alternativa para promover neuroproteção.
O vinho faz bem à saúde do cérebro e pode ajudar a prevenir o Alzheimer.
Vinho faz bem para a pele?
Sim! Os ácidos fenólicos, que são antioxidantes, combatem radicais livres e auxiliam na prevenção do envelhecimento precoce. Outros compostos, como o resveratrol, em vista da ação anti-inflamatória, ajudam no combate da acne e da oleosidade.
Os ácidos málico, cítrico e tartárico, também presentes no vinho, promovem esfoliação da derme, o que ajuda a deixá-la mais macia e com aspecto uniforme e luminoso.
É permitido beber vinho e tomar remédios?
A questão, nesse caso, não é o vinho em si, mas qualquer bebida alcoólica, já que o álcool e os remédios são incompatíveis. Os efeitos dependem do tipo da medicação, mas podem incluir aumento nas reações adversas, diminuição na eficácia do medicamento, dentre outras implicações.
Muitas pessoas pensam que os impactos se estendem apenas a antidepressivos e antibióticos, porém o álcool pode influenciar diversos tipos de remédios. Se você pretende ingerir bebida alcoólica e estiver fazendo algum tratamento, consulte seu médico para avaliar sua situação.
Cabe aqui uma ressalva: em receitas que utilizam algum tipo de bebida, como carnes ao molho de vinho tinto ou bananas flambadas, é comum que o álcool evapore. Portanto, nesse caso, não é necessário se preocupar.
É permitido beber vinho e fazer musculação?
Assim como os remédios, o consumo de vinho antes da musculação não é recomendado. Isso porque o álcool pode atrapalhar na recuperação muscular, prejudicando a eficácia do seu treino. Portanto, espere algumas horas após a ingestão para ir à academia.
Além disso, beber vinho e utilizar suplementos pode prejudicar a síntese de proteínas, e, assim, atrapalhar a hipertrofia muscular. Deve-se prestar especial atenção principalmente ao consumir creatina.
Explicamos: uma das ações da creatina é aumentar os líquidos no interior das células musculares, dando inclusive a sensação de “maior” ao indivíduo. Porém, ao consumir bebidas alcoólicas, nosso corpo inibe a formação de um hormônio chamado ADH, que ajuda o rim a não eliminar a água do corpo.
Antes de praticar exercício físico, o consumo de bebidas alcoólicas não é recomendado.
Diabéticos podem beber vinho?
Depende. O açúcar e o álcool, presentes na bebida, podem fazer mal às pessoas com a doença. Portanto, assim como outros alimentos, o vinho deve ser consumido com moderação. É necessário, porém, ter o acompanhamento de um médico e de um nutricionista.
Uma pesquisa realizada em 2022 com 312 mil britânicos que afirmaram consumir álcool de forma moderada concluiu que a ingestão de vinho junto às refeições reduz o risco do desenvolvimento da diabetes tipo 2.
Vinho pode prevenir cáries?
Segundo comprovado recentemente, os polifenóis podem diminuir o índice de bactérias responsáveis pelas formação de placa e impedir que as cáries se desenvolvam nos dentes.
Vale lembrar que o consumo constante de vinho pode escurecer o esmalte dos dentes. Por isso, prefira degustá-lo acompanhado de algum alimento que possa ajudar na remoção da cor da bebida, como parmesão.
Vinho ajuda no emagrecimento?
Acredita-se que sim. De acordo com estudo, consumir vinho tinto de forma moderada ajuda na diminuição da gordura que se acumula no fígado.
Isso ocorre graças a substâncias, como o ácido elágico e o piceatannol, presentes nas uvas escuras, que são capazes de retardar o crescimento de células de gordura, destruindo-as no início do seu desenvolvimento.
Há substâncias no vinho que podem impedir a formação de células de gordura.
Qual vinho faz bem à saúde?
Acredita-se que a maior concentração de polifenóis na bebida está diretamente ligada à coloração escura da casca. Ou seja, para quem quer aproveitar os benefícios do vinho à saúde, o ideal é optar por variedades tintas e com bagos de tom intenso, como tannat, syrah e malbec.
Opções como pinot noir e grenache, que são uvas tintas, porém com a casca mais clara, não trazem tanto benefício quanto as demais. O mesmo vale para os rosés, que são um “meio-termo” entre brancos e tintos.
Nesse sentido, os benefícios do vinho branco também não são muito expressivos, já que apresentam polifenóis em menores quantidades, quando comparado aos rótulos elaborados com castas tintas.
Beber uma taça de vinho por dia faz bem?
Esta máxima é repetida por muitas pessoas, mesmo sem embasamento teórico. Contudo, acredita-se que tomar uma taça de vinho por dia faz bem à saúde graças a substâncias presentes na bebida.
Agora que você já sabe quais os benefícios do vinho, aproveite para conhecer o portfólio de exemplares oferecidos pelo Divvino assinando o ClubeD. Todos os meses, você recebe na sua casa rótulos especiais a preços exclusivos. Clique no banner abaixo para conferir!
Flávia
Sommelier internacional pela FISAR/UCS, pós-graduada em Marketing e Negócios do Vinho pela ESPM. Há 10 anos atuando no mercado e através de diversos canais de mídia especializados no mundo do vinho. Propago conhecimento para enófilos e amantes da bebida. Falar sobre vinhos é um prazer!
