Além disso, a variedade e a qualidade das castas se transformou e começou a ser adequada às condições climáticas de cada uma das regiões vinícolas da Espanha. Com solos, processos e uvas distintas, essas áreas delimitadas são as responsáveis por dar ao país o título de terceiro maior produtor de vinhos no mundo. E é sobre elas que vamos falar neste texto.
Os rótulos espanhóis possuem classificações para cada região, além de envelhecimento distinto para cada categoria.
Classificações:
Denominación de Origen Protegida (D.O.P)
É a base do sistema de controle de qualidade do vinho espanhol, sendo que cada região é governada e regulada por um conselho. São mais de 90 D.O.Ps (Denominações Protegidas) subdivididas em Denominación de Origen Calificada (D.O.Ca.), Denominación de Origen (D.O.), Vinos de Pago (V.P.) e Vino de Calidad con Indicación Geográfica (V.C.).
Denominación de Origen (D.O.)
Existem mais de 60 D.O. na Espanha, e inclui os chamados Vinos de Calidad. Para obtê-la, é necessário cumprir uma série exigente de padrões de qualidade, como utilizar castas autorizadas, ter denominados níveis de produção, assim como métodos de vinificação e regime de envelhecimento.
Denominación de Origen Calificada (D.O.Ca)
Depois de, pelo menos, uma década como denominação de origem, recebe-se a Denominación de Origen Calificada. Todos os vinhos devem ser comercializados a partir de vinícolas registradas e localizadas na área geográfica delimitada. Um rigoroso sistema de qualidade e controle de quantidade também é indispensável.
Existem duas regiões espanholas atualmente, Rioja e Priorat, sendo que os vinhos de priorat utilizam o termo em catalão (Denominació d’Origen Qualificada (DOQ).
Vinos de Pago (V.P.)
Introduzida em 2003, é concedida para vinhos de qualidade totalmente elaborados e engarrafados dentro de uma propriedade específica, sendo que cada vinícola é autorizada a elaborar suas próprias regras, optar por quais uvas utilizar e quais métodos de viticultura, vinificação e envelhecimento aplicar.
Vinos de la Tierra (VdlT)
Os Vinos de la Tierra não contam com uma D.O., mas devem pertencer a uma determinada região cujas características ambientais proporcionam caráter aos rótulos, e 85% da bebida precisar vir da área de produção nomeada.
É a única classificação que pode rotular com a Indicação Geográfica Protegida (IGP), da União Europeia. Até 2019, 42 áreas geográficas espanholas podiam usar a classificação Vino de la Tierra.
Vino de Calidad con Indicación Geográfica (V.C.)
Assim como os Vinos de la Tierra, os rótulos com o selo de Vino de Calidad con Indicación Geográfica são elaborados em uma determinada região ou localidade. Contudo, é indispensável que as uvas tenham a mesma origem, assim como a produção e o envelhecimento da bebida precisam ser na mesma área. Normalmente, é encarada como um passo intermediário para a Denominación de Origen.
Vinos de Mesa
Também não pertencem a nenhuma denominação de origem. Assim como não exigem a especificação de safra, procedência, ou até mesmo a variedade de uvas utilizada na produção. Mas isso não significa que não possuam qualidade, a questão é que determinados produtores apenas decidem não seguir as regras da D.O. a qual pertencem, e não submetem os vinhos à classificação.